domingo, 21 de agosto de 2011

Estilhaços da minha vida...

Foi bom amar-te. Foi muito bom ser amada por ti. Fizeste-me sentir tão bem e especial. Tivémos uma relação tão bonita, alegre e despreocupada durantes os primeiros tempos. Foi mesmo muito bom conhecer-te e descobrir todas as tuas qualidades. Admirava-te tanto! Adorava-te e sentia que também tu me adoravas. Éramos muito íntimos, cúmplices e companheiros. É assim que nos posso descrever nos primeiros dois anos da nossa relação. Apesar das discussões e desentendimentos, acabávamos sempre por nos entendermos. Mas o teu carácter impulsivo (agressivo) e dominador começou a sobrepôr-se, o que fez sobressair o meu carácter igualmente impulsivo e dominante. Não me podia "rebaixar", submeter. Foi algo que prometi a mim mesma após o meu divórcio. Deixámos de ser parceiros e passámos a ser adversários. Que fizémos à nossa vida? Éramos felizes, eu sei que sim. E eu tinha tanto medo Carlos... Medo que essa felicidade acabasse. E foi esse o princípio do fim. Eu sei. Fui eu quem deu o primeiro passo para o abismo. Por ter medo de ser infeliz, de me magoar mais uma vez. E magoei. Magoaste. Nunca poderíamos ter dado certo, pois não? Ambos temos fortes carácteres, ambos queríamos o mesmo, de formas diferentes. E tu afastaste-te, eu afastei-me e afastei-te mais ainda. Começámos a lutar de lados opostos. Sabes, nos dois primeiros anos da nossa vida, eu sentia que farias tudo por mim, mas isso trazia clausulas com as quais não concordei. Nunca poderia pôr-te acima da minha filha e tu nunca compreendeste isso. Não podias querer competir com ela. Não fui eu que vos tornei "rivais", foste tu. Existem várias formas de amor e eu não podia dar-te-o todo a ti. Ela existia na minha vida muito antes de tu entrares. Eu não podia dar-te tudo ou fazer tudo por ti. Tinha um compromisso muito mais importante com a minha filha. Por isso não pude cumprir as tuas clausulas, as tuas imposições. Devias ter aceitado e respeitado isso. Devias compreender, sendo tu também pai. E eu pensei que assim seria, até me aperceber que isso nunca iria acontecer. E foi aí que a nossa guerra começou. Nenhum de nós venceu, ambos fomos derrotados. Foi uma guerra perdida, onde ambos sofremos graves ferimentos. Tenho pena que seja este o nosso fim. Várias vezes te pedi desculpa pelos erros que cometia, mas tu deixaste de te desculpares pelos teus. Achavas que eu merecia... Sabes, às vezes um pedido de desculpa pode fazer toda a diferença. Mas eu compreendo, não se consegue pedir perdão a alguém quando nós próprios não nos conseguimos perdoar. Gostava de não me sentir tão magoada e amargurada. Gostava de não sentir rancor. Espero que um dia todos estes sentimentos desapareçam. Eu queria muito que pudéssemos ficar amigos, porque foste para mim o homem mais importante da minha vida. Contigo aprendi a amar de verdade, a entregar-me de corpo e alma, mesmo sabendo que um dia me poderia (iria) magoar. Quis tanto dar-te o meu amor e receber o teu. E foi tão bom enquanto durou. Tão bom! Sinto saudades dos nossos momentos de intimidade e cumplicidade. Dos nossos beijos, olhares, sorrisos... Eram momentos lindos. Mas acabaram e eu sinto saudades deles há já dois anos. Não sinto saudades de agora, mas sim de há mais tempo, e tu sabes disso. Esses momentos acabaram há muito. E eu fui ficando na esperança de os recuperarmos, e penso que tu também. E esse terá sido outro nosso erro. Arrastámo-nos ao longo destes dois últimos anos, quando afinal já não havia recuperação possível. Esses momentos perderam-se no tempo e nós perdemo-nos com eles. Foi bom mas acabou e já nada resta de NÓS. Talvez um dia olhemos para o nosso passado e descubramos realmente onde é que errámos. Nenhum foi mais culpado que o outro. Não. Errámos igualmente. Nunca daria certo duas pessoas como nós juntas. Tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Foi um triste final. Eu estou a agarrar-me à força que ainda tenho dentro de mim e sei que irei sobreviver, mais uma vez. Mas sobreviverei com umas cicatrizes mais no meu coração. E doiem tanto. Mas eu sou forte e tudo isso passará um dia. E um dia conseguirei voltar a sorrir para ti e espero bem do fundo do meu coração que me retribuas com um sorriso teu. Porque ainda te amo e continuarei a amar por algum tempo mais. Que no fim fique a ternura e o carinho de um amor que existiu um dia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Amar e sofrer...

Separo-me de ti, não por já não te amar, mas sim, por te amar demasiado. Este amor magoa-me e tu sabes porquê... Não me amas de igual forma. Dói muito ser mal-amada. Sei que apesar de te querer fora da minha vida, quando realmente saires por aquela porta eu sentirei como se alguém me tivesse morrido. Como se algo em mim morresse. Mas é algo que tem vindo a morrer ao longo dos tempos... Não devia doer tanto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desabafos...

Por vezes sinto uma imensa vontade de escrever tudo o que me vai na alma. Há quem não me compreenda e me critique por publicar os meus pensamentos mais íntimos. Mas isso é algo que não me preocupa, nunca me importei com o que possam falar ou pensar. Verdade é que nem tudo que penso escrevo e nem tudo o que escrevo publico. Seria um "livro" demasiado deprimente, porque é só quando me sinto triste, infeliz, que sinto essa necessidade de escrever e partilhar os meus sentimentos. Mesmo que não os partilhe com alguém, mesmo que ninguém os leia, sinto-me melhor ao escrevê-los. É como que uma terapia... Hoje apetece-me escrever mas não sei bem sobre o quê. Existem tantos assuntos que gostaria de explorar, de expôr, imensos pensamentos rondam a minha mente, deixando-me confusa. Talvez me apeteça escrever apenas para fazer companhia a mim mesma. Como se estivesse a ter uma conversa com outro alguém. Há muito tempo que me sinto triste e só, parece que a minha busca pela felicidade termina sempre no resultado inverso, a infelicidade. Parece que é algo a que estou destinada, mas acredito que também eu tenho (alguma) responsabilidade pelo meu destino. Não posso pura e simplesmente culpar a vida e o destino por tudo que me acontece. Todos nós somos responsáveis pelo que atraímos para as nossas vidas. Mas ainda assim, considero que a vida tem sido madrasta para mim e o destino injusto. O que se seguirá, não sei. É uma incógnita este meu futuro.