segunda-feira, 3 de outubro de 2011

:(

Ao ler estes meus "monólogos" de amor, apercebo-me do quanto me culpo pelo fim desta relação. Mas a verdade é que eu não sou a única responsável pelo desfecho deste amor. Não sou. Culpo-me por várias situações mas não sou culpada por muitas delas terem acontecido.


Email de 12 de Novembro de 2007
Juro que nao compreendo o que eu e a Càtia fazemos de tao errado que te incomode tanto. Que te faça sentir um intruso, um inutil ou obrigado a algo que nao devias. Pura e simplesmente nao compreendo. Nao vejo onde està esse gigantesco problema que cada vez nos afasta mais, que cada vez abre um abismo maior entre nòs. Sinto-me como se tivesse à beira de um precipicio, quase cair, e apesar de sentir medo, a vontade é mesmo de saltar. Estou tao cansada. Nao percebo. Se isto era uma 2a oportunidade de ser feliz com alguém, nao me estou a safar. Parece que a historia se repete, apesar de forma diferente. Os erros parecem os mesmos, o defeito serà meu. Talvez eu seja mesmo incapaz de viver com um homem. Nao aceito imposiçoes, exigencias, autoridade. Revolto-me, repudio-te. Parecia que encaixàvamos tao bem, mas agora, sò vejo divergencias e incompatibilidades. Jà nao encaixamos, ou entao terà sido tudo uma ilusao. Eu nao sou a mulher dos teus sonhos, nem là perto, nem por sombras. Quem tu amas nao sou eu mas a mulher que imaginaste que eu era, ou a mulher que tu desejas que eu seja. Nao eu, nao quem eu sou. E assim, até compreendo porque serà tao dificil para ti esta adaptaçao a mim e à minha filha. Apesar de teres querido esta mudança na tua vida nao consegues deixar de pensar que estàs a ser obrigado a aceitar o que nao queres, o que nao gostas. Foi uma auto-imposiçao tua, mas o arrependimento surge e a desilusao também. Se houvesse uma forma simples de resolvermos isto, sem nenhum de nòs deixar de ser quem e como é. Mas nao hà como e nenhum dos dois é feliz. Que vamos fazer? Tenho saudades de nòs. De como estàvamos apaixonados, das horas que passàvamos na conversa, sem discutir, concordando em tudo. Serà que andàvamos a mentir um ao outro ou até a nòs pròprios? Nao percebo para onde foi isso tudo. Nao percebo porque nos perdemos um do outro. Os nossos caminhos estao-se a separar Carlos. Mais uma vez sinto-me impotente, fraca, incapaz. Imagino que também sintas o mesmo. Sinceramente, se a situaçao fosse diferente, eu muito provavelmente jà teria terminado, apesar de te amar. Mas como eu fiz tudo, mudei tanta coisa para estar contigo nao posso aceitar que termine assim. Quero tentar uma e mais uma vez porque tem de valer a pena. E se nao valer acabaremos por descobrir. Tu nao és obrigado a ficar comigo e com a minha filha sò por te sentires responsàvel pelas mudanças que fiz na minha vida este ano. Nao és obrigado. E no fundo, nada nos obriga a ficar juntos. Nao temos filhos em comum, nada que realmente nos prenda um ao outro. No fundo seria tao fàcil. Porque na realidade sò gostamos um do outro e isso normalmente nao é o suficiente para manter uma relaçao. È preciso muito mais, e nòs jà nao temos esse muito mais. Ou nunca tivémos. Queria continuar a tentar mas neste momento nao me sinto com forças para lutar. Sinto que estamos ambos esgotados. Nao sei o que mais se irà passar, o que o futuro nos reserva. Mas neste momento nao o vejo muito risonho. Espero que compreendas que eu precisava de desabafar e que nao leves a mal algo que eu tenha dito aqui. Sinceramente, jà nem sei se estou a ser realista ou pessimista. Isto é apenas o que sinto.

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