Queria deixar para trás, neste ano que termina, toda a minha tristeza, mágoa e angústia, que me têm torturado ao longo de todos estes meses... Começou em 2010, mas já era "visível" muito antes. 2010 foi apenas o marco, o início do fim. Deveria ter deixado as coisas seguirem o seu curso e deixá-las acabar. Mas lutei contra o destino, e julgo que quem já o terá feito, sabe que é uma "guerra" perdida. Há coisas pelas quais não vale a pena lutar... Está escrito. Impossível contrariar o destino. É uma luta desigual. Não só perdemos a guerra, como nos perdemos de nós mesmos. Portanto, em 2012 desejo "esquecer" o que me magoou e começar uma nova batalha. A busca de mim mesma e a realização dos meus projectos, para um futuro melhor. Um futuro mais feliz e gratificante. Sei que atingindo o meu objectivo serei mais feliz e, consequentemente, farei mais feliz quem me ama, quem é importante de verdade, a minha filha.
Ao longo de este ano, culpei-me de muitas situações que surgiram na minha vida. Coisas que me magoaram e ofenderam. Eu conheço bem a minha culpa e assumo-a. Talvez aprenda algo mais com esta experiência, talvez fosse algo mesmo necessário... Mas como dizia eu, cheguei a assumir culpas que não eram minhas. E quero largá-las neste ano que foi tão doloroso para mim, para que o próximo se transforme numa real lufada de ar fresco. Sem ressentimentos, se tal for possível. Fui acusada de várias situações das quais eu não tinha controle algum, visto que eram determinadas por terceiros. Mas sempre fui eu que estive no fio da navalha. Acho normal ter-me revoltado, lutado. Sobrevivi à autoridade de um pai ditador e de um marido déspota, não ia aceitar mais um opressor. Este terá sido o primeiro motivo para o teu posterior distanciamento. O não conseguires me dominar. Compromisso; sim terei dificuldades nisso. Muitas dificuldades. Julgo que quando duas pessoas se comprometem esperam sempre que a outra se anule, deixe de "existir", e que se tornem num só. Para mim é impossível, um par são sempre dois. Não se fundem, se assim fosse, deixariam os dois de existir. Que aberração saíria dali? "Eu e tu" só nos tornaríamos um só através de um filho. É assim que as pessoas, quer se amem ou não, se fundem, se unem de verdade. Isso sim, é um compromisso para toda a vida, se bem que muita gente, se esquiva e entrega toda a sua responsabilidade ao outro. Também conheço bem essa parte. Não era só eu que tinha problemas com o compromisso. Quando alguém se compromete com outro alguém que já é comprometido, tem de respeitar e aceitar que antes de si, já existia algo muito importante. Eu trazia uma pesada bagagem, e apesar de toda a tua boa vontade, não aguentaste com ela. Da mesma forma que eu dei o impulso para o grande salto, e caí a meio. Não nos conhecíamos bem e criámos muitas expectativas que rapidamente se desmoronaram como um frágil castelo de cartas. Fracassámos, falhámos... Mas foi tudo por um bom motivo, amor, paixão.
Não quero mais pensar no que passou, no que aconteceu. Quero "apagar" tudo e começar de novo. E de novo "sózinha". Não é a primeira vez, talvez por isso não me assusta tanto. Sei que sou capaz. Acredito que vou conseguir. Caminharei sem ti, mais uma vez... Foste muito importante, mas o mais importante estará ainda para vir.
Aprendi que a vida é cruel e ingrata.
Aprendi que nao devo amar quem nao me ama.
Aprendi que os homens sao todos iguais.
Aprendi que as mulheres também.
(Re)Aprendi que o amor entre homem e mulher magoa.
(Re)Aprendi que nao hà ninguém em quem possa confiar.
Aprendi que um dia a vida se encarregarà de me vingar.
Aprendi que nao devo deixar de ser quem sou para tentar agradar alguém.
Aprendi que por muito que ame alguém, esse alguém nao me amarà.
Aprendi que nao devo mudar a minha vida por homem nenhum.
Aprendi que homem algum merece o meu amor.
(Re)Aprendi que amar é sofrer.
Aprendi que tenho ainda muito para aprender... e tu também.