sábado, 31 de dezembro de 2011

Vazio...

27/11/2011
Sinto um imenso vazio dentro de mim. Penso que serei sempre uma eterna insatisfeita, em busca do inalcançável. Este vazio só eu o posso preencher e talvez o meu problema seja procurar alguém que o preencha, quando tal não é possível. É uma tremenda irresponsabilidade esperar que outro alguém o faça por mim. É por isso que acabo sempre por me magoar, pois espero, quase "exigo", que outra pessoa me preencha, me complete. E passo a vida a "fugir", quando não há fuga possível de mim mesma. Hoje estou só e sinto-me só, porque pensei em mim, na minha vida. Muitas vezes, prefiro isolar-me, não estar com ninguém, porque é insuportável fingir todo o tempo que estou bem, e normalmente, é quando estou rodeada de gente que mais só me sinto. Sinto que não pertenço a lugar algum, a alguém... Foram poucos os momentos que senti o oposto, e desde então, já passou muito tempo. Esta sensação vive dentro de mim, oprimida, recalcada, pois não me posso permitir sentir assim. É fraqueza total, vulnerabilidade imensa. Não devo sucumbir a estas emoções. Devo ser forte e ignorá-las, para continuar a sobreviver numa vida tão sem sentido. Hoje sinto que se não houvesse amanhã, eu seria apenas mais uma pessoa que, olhando para trás, vêem que nada fizeram de especial nas suas vidas. Que nunca foram importantes ou diferentes. Que a vida delas valeu nada. É assim que eu hoje me sinto. Penso que passo a vida a iludir-me que sou alguém diferente e especial, mas não sou. Não sou melhor que ninguém em nada. Não sou mais bonita, mais inteligente, mais generosa, mais divertida... Sou nada. Nada de mais. Não marquei diferença na vida de alguém, apenas julguei que sim. Mais uma vez me iludi. Não foram os outros que me magoaram, fui eu. Nunca fiz nada certo, mas também, nada errado. Sou apenas mais uma peça deste imenso puzzle que é a vida. Passei toda a minha vida a tentar convencer-me de que era importante, mas é tudo mentira. Foi uma forma que encontrei de sobreviver. É o que faço todos os dias, só para não desistir deste jogo. Mas às vezes, é tão difícil continuar a fingir. Há dias, como hoje, que me dou conta de o quão insignificante eu sou. E custa tanto aperceber-me disso. Talvez, por isso mesmo, viva a minha vida de ilusão, representando este e aquele papel, acreditando que talvez um dia, possa vir a ser protagonista na minha própria vida. Assim, disfarço o meu descontentamento, tristeza e infelicidade, sob um ténue véu de alegria, jovialidade e falsa crença no amanhã. E o amor... Onde fica ele?! O amor que um dia me apresentou à felicidade, largou-me depois, numa profunda tristeza, apenas porque voltei a acreditar nele. Mas não o posso responsabilizar, pois fui eu que procurei nele uma forma de preencher este vazio que habita em mim...

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