segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lenda dos índios Sioux

Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez chegaram até à tenda do velho bruxo da tribo, de mão na mão, Touro Bravo, o mais valente e honrado dos jovens guerreiros, e Nuvem Azul, filha do cacique e uma das mais formosas mulheres da tribo...
-Amamo-nos... - começou o jovem.
-E vamo-nos casar... - disse ela -e queremo-nos tanto que temos medo...queremos um feitiço, um conjuro ou um talismã...algo que nos garanta que podemos estar sempre juntos...que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrar a Morte.
-Por favor... - repetiram -há algo que possamos fazer?
O velho olhou-os e emocionou-se ao vê-los tão jovens...tão enamorados...e tão ansiosos esperando as suas palavras...
-Há algo... - disse o velho -mas não sei...é uma tarefa muito difícil e sacrificada...
-Nuvem Azul... - disse o bruxo -vês o monte ao norte da nossa aldeia? Deves escalá-lo só e sem armas para além de uma rede e tuas mãos...deverás caçar o falcão mais formoso e vigoroso do monte...se o apanhas, deves trazê-lo aqui com vida ao 3° dia após a lua cheia...compreendeste?
-E tu, Touro Bravo... - continuou o bruxo -deverás escalar a montanha do trono...quando chegares lá acima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e só com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la sem a ferir e trazê-la ante mim, viva...no mesmo dia em que virá Nuvem Azul...
-Saiam agora!
Os jovens abraçaram-se com ternura e logo partiram para cumprir esta missão encomendada...ela para norte e ele para sul.
No dia estabelecido frente à tenda do bruxo, os jovens esperavam com as bolsas que continham as aves solicitadas.
O velho pediu-lhes que com muito cuidado, as tirassem das bolsas...eram exemplares verdadeiramente formosos...
-E agora, que faremos... - perguntou o jovem -matamo-los e bebemos a honra de seu sangue?
-Não. - disse o velho bruxo.
-Cozinhamo-los e comeremos o valor de sua carne? - propôs a jovem.
-Não... - repetiu o velho bruxo -farão o que vos digo: segurem as aves e atem-nas entre si pelas patas com estas tiras de couro...quando estiverem atadas, soltem-nas e que voem livres...
O guerreiro e a jovem fizeram o que se lhes pedia e soltaram os pássaros...a águia e o falcão tentaram levantar voo mas só conseguiram rebolar pelo solo. Uns minutos depois, irritados por sua incapacidade, as aves começaram a picar-se e a ferir-se...
-ESTE É O CONJURO:
Jamais esqueçam o que viram...são voçês como a águia e o falcão...se se atam um ao outro, ainda que o façam por amor, não só viverão se arrastando...como para além disso, mais tarde ou mais cedo, começarão a ferir-se um ao outro... Se querem que o vosso amor perdure... "VOEM JUNTOS...MAS JAMAIS ATADOS."

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