domingo, 19 de dezembro de 2010
O que é a vida sem amor? E o que é a vida com amor? Ambas são vidas de sofrimento. Conheço bem as duas, acho que todos nós já as conhecemos. Sem amor uma pessoa vive perdida, vazia. Sente-se um vazio imenso por dentro que não se consegue explicar, mas que doi, que magoa. Vive-se infeliz, incompleta. Mas com amor as sensações são as mesmas, de intensidades diferentes. O amor é pura e simplesmente uma fonte de sofrimento devido à sua ausência ou sua existência. É controverso, é contraditório. Quem ama deveria ser feliz, porque dizem que o amor é um bom sentimento. Então, porque nos causa tanta dor? Porque nos desfigura a alma? Porque nos sentimos envenenados, sufocados por esse sentimento a que chamam amor? Ele existe para nos tornar mais ou menos felizes? As pessoas mudam quando amam. No início mostram o melhor de si mesmas, mas depois com o avançar do tempo, soltam os seus monstros e fantasmas. E é aí que o amor começa a doer. A fazer sofrer. É difícil amar e ser amado. É difícil não ser amado da mesma forma que se ama. É difícil amar e não ser retribuído. Todos nós já passámos por isso e no entanto, continuamos a correr atrás do amor acreditando que um dia iremos ser felizes (para) sempre. E a felicidade são apenas momentos que o amor, por vezes, nos dá. E nós podemos encontrar a felicidade até mesmo na solidão, até mesmo na tristeza. Porque muitas vezes num momento de tristeza ganhamos forças para lutar pela felicidade. E a felicidade pode ser tanta coisa. Não precisa sequer de amor. Amar é sofrer de alma e coração. É tentar ser feliz consigo mesmo e com outro alguém . Mas será isso possível? Porque será então que não acredito? Voltar a amar terá sido um erro. Porque me permiti a tal? Acreditei que finalmente tinha encontrado a minha "alma-gémea", o homem que me completaria, aquela pessoa por quem valia a pena lutar e que lutaria sempre a meu lado. Afinal foi apenas uma ilusão. Como gostamos tanto de nos iludir! A dado momento, vi-me sózinha, abandonada, despojada de tudo o que eu era, de tudo o que era eu. De novo perdida, em busca de mim mesma. Para onde fui? Onde estarei? Mais uma vez amei, mais uma vez me perdi, acreditando que me tinha encontrado em ti.
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