domingo, 11 de setembro de 2011
Desperdícios de um amor...
Entre nós, muito ficou por dizer nestes cinco anos que se passaram... Muito ficou por fazer também. Sonhos que sonhámos juntos, projectos que ambos planeámos, tudo se perdeu. Um dia olhámos um para o outro e não nos reconhecemos. Um dia olhámos para trás e vimos que nada deixámos. Nada sobrou de nós. Talvez apenas a sensação de que perdemos cinco anos das nossas vidas. Desperdícios de uma vida. Uma vida vivida na ilusão de um amor que nunca se concretizou realmente. Um amor que sem bases reais nunca poderia sobreviver. Fomos crentes e ingénuos ao julgar que conseguiamos conciliar as nossas diferenças e equilibrar as nossas semelhanças. As nossas personalidades nunca se entenderiam entre si, dois fortes carácteres nunca conseguem se "encaixar". Um deve sempre ceder maior poder ao outro, se submeter, deixar de ser, para "sobreviverem" juntos. Foi por isso que chegámos ao fim. Foi por isso que os nossos caminhos se separaram. Podes sempre culpar quem quiseres que eu também o farei, mas esta é a verdade. E eu julguei que amando valeria sempre a pena continuar. Mas estava errada. Mais uma vez falhei e tu também. Lembro-me com saudade de como me fazias sentir bonita e especial. Lembro-me de quando olhava para ti e para mim no espelho e te dizia "ficas-me tão bem". Recordo-me de quando me telefonavas e de como eu me deliciava ao ouvir a tua voz, a tua pronúncia do "nuorte" a carregar nos rr (característica que eu adorava em ti). Adorava quando os meus olhos se encontravam com os teus e o meu sorriso se abria para ti e tu me retribuias com outro belo sorriso - o sorriso dos apaixonados. E era tão bom quando me fazias rir às gargalhadas e riamos com prazer juntos. E quando eu te abraçava, sentia que te queria recolher dentro de mim para sempre e dizia-te-o, e tu rias, dizias piadas. Mas eu sabia que me entendias, que sabias o que eu queria dizer. Os teus abraços faziam-me sentir segura e protegida, a forma como colocavas o teu corpo junto ao meu fazia-me dizer-te baixinho "és tão confortável". Quando te beijava e te amava não havia mais ninguém no meu mundo senão tu. Mas tudo isso acabou e não sei como nem porquê. Os nossos contantes erros trouxeram-nos aqui, a um caminho sem retorno nem regresso. Ao fim, sem dó nem piedade. Apesar das minhas "injustiças" para contigo, nunca acreditei realmente que me atraiçoasses e esse foi um duro golpe que desferiste em mim. Eu acreditava, apesar de te"desafiar", que nunca me magoarias dessa forma. "Se sabes que te amo, o que temes?" disseste-me uma vez. Afinal era mentira, ou passou a sê-lo. Eu amei-te muito. Demais. Entreguei-te o meu amor e tu renunciaste-o. Conquistaste-me e tiveste-me só tua, prometeste-me o céu e depois lançaste-me no inferno. O inferno de um amor não retribuído. Durou pouco o teu amor por mim. Não conseguiste amar mais. Não era eu a mulher que desejavas, idealizavas para ti. Eu era apenas eu a tentar agradar-te, até que desisti, pois nunca conseguiria ser quem tu querias amar. E desesperei, revoltei-me, entristeci-me... Perdi o brilho e a luz que existiam dentro de mim. Por ti. Pelo meu amor por ti. E hoje ainda choro esse amor que nem sei se existiu ou se existiu apenas dentro de mim. Mas hoje também já consigo ver em mim um pouco desse brilho, dessa luz que perdi enquanto te amava. A dor e o sofrimento serão meus mestres e aliados e mais uma vez me darão valiosos ensinamentos sobre como devo conduzir a minha vida no futuro. Aprender com os erros... Muitas vezes, quando não aprendemos com eles, numa primeira vez, a vida se encarrega de nos fazer reviver esse momento, para finalmente compreendermos onde é que errámos e não voltarmos a cometer os mesmos "pecados". Acredito que seja essa a lição. E talvez, numa próxima vez em que volte a amar (?) saiba conduzir a minha vida de outra forma. De uma forma mais feliz e gratificante. Para trás fica este amor que me dilacerou a alma e expôs todos os meus fantasmas do passado, na esperança que talvez amanhã, eu ame e seja amada livremente. Livre de medos e receios infundados, de insegurança e desconfiança. Um amor puro e verdadeiro, límpido e transparente como uma verdadeira amizade. Mas não busco mais o amor. Um dia, ele encontrar-me-á, se me estiver destinado.
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