segunda-feira, 12 de setembro de 2011

27 de Julho de 2011



Sinto um imenso vazio dentro de mim. A minha alma está como que entorpecida de tanto sofrimento. O meu coração doi intensamente enquanto se desfaz em mil pedaços. Porque me magoaste tanto? Porque me trataste tão mal? Eu só te queria amar e ser amada. Imaginas a dor que sinto dentro de mim? Vês a minha alma desfigurada por tanta tristeza e desespero? Ouves o meu coração desfragmentar-se ao som de cada batida? Se não me querias mais, bastava dizeres. Não fazias o que fizeste. És assim tão cobarde que preferiste me magoar até eu não aguentar mais? Então cumpriste o teu objectivo. Deixaste a minha vida desfeita, como se fosse algo sem valor. Lixo, puro lixo. E foi assim que me fizeste sentir mais uma vez. É imperdoável. Estes dois últimos anos têm sido uma tortura constante, mas eu aguentei e fiquei sempre porque te amava, amava-te tanto. E ainda amo, mas não quero mais amar-te. Queria ter o poder de arrancar de dentro de mim este estúpido sentimento e transformá-lo em algo bom que me tornasse feliz. Mas é impossível. E tu continuas a correr nas minhas veias, a invadir o meu organismo, a intoxicar a minha mente. Porque é que o amor faz sofrer tanto? Porque me magoaste assim tanto? Que mal te fiz eu? O único grande mal que fiz foi ter acreditado em ti e no teu amor por mim. Devia ter ficado sózinha, porque sózinha continuei, mesmo ao teu lado. Não se brinca assim com a vida de outro alguém, Carlos. Não se brinca com os sentimentos de alguém que nos ama. Mas eu de certa forma compreendo, deixaste de me amar, ou nunca amaste, nem sei. Mas então tinhas tomado a decisão certa e ter-me-ias poupado a este sofrimento. Porque não aceitaste a minha decisão de acabarmos a nossa relação quando descobri a tua paixão pela Tânia? Porque não aproveitaste? Não foi por mim pois não? Foi a tua consciência a lembrar-te que ela tem marido e filho. Mas mesmo assim continuaste, continuaram. Nunca cumpriste a promessa que me fizeste. Sempre fizeste questão de continuar. E mesmo vendo-me sofrer nem desculpa me pediste. Os últimos anos foram muito difíceis porque enquanto eu te amava mais, tu amavas menos. E foi aí que te apaixonaste por ela, e deveria ter sido aí que eu deveria ter deixado de te amar. Mas não deixei e continuei esta odisseia tentando acreditar que ainda podiamos recuperar algo desse amor que tivémos um dia. Mas tu não quiseste. Estavas demasiado encantado, iludido por ela. Desde que vos descobri, que esse tem sido o maior dos nossos problemas. Por acaso achaste que um problema mais iria resolver todos os outros? Lembras-te do que eu te dizia quando me referia ao meu divórcio? Que os problemas de um casal não se resolvem com uma terceira pessoa. Tu concordavas e afinal mentias. Hoje olho para ti e para o Carlos por quem me apaixonei à 5 anos e vejo poucas semelhanças. É como se me tivesses mentido todo aquele tempo, até me conquistares, até me sentires totalmente tua, para depois poderes demonstrar quem realmente és. Mas sabes, às vezes olho para mim também e não gosto do que vejo, esta não sou eu. Na minha essência, sou muito mais divertida e descontraída, mais optimista também. Contigo já não consigo sê-lo. Talvez não estivéssemos mesmo destinados a ficar juntos. Talvez tenha sido tempo demais. Enaltecemos as qualidades um do outro enquanto apaixonados e encantados. Após isso, o pior de nós veio ao de cima. Penso que somos piores pessoas ao estarmos juntos. Talvez o me teres deixado perdida e abandonada, completamente só em Faro, tenha sido uma coisa boa. Porque agora já não te quero mais e tu comprovaste isso mesmo ao agires assim. Aliás, hoje vendo com olhos de ver, quando passaste a querer, a desejar a Tânia, é porque já não me querias a mim. Será que era tão difícil assim dizeres-me-o? Foi mais fácil magoares-me durante este ano todo que passou? Qual achas que seria a atitude correcta? A tua preocupação nunca foram os meus sentimentos, mas sim, o teu medo de me vingar contra ela. Nunca te preocupaste com nós os dois, apenas com ela. Acredita que não a protegeste de nada. Preferiste alguém que não é melhor do que eu, por isso também tu não o és. Mas enganaste-me bem. Parabéns. Poucas pessoas se podem gabar disso. E sabes porquê? Porque poucas pessoas tiveram essa oportunidade. Sempre me protegi, sempre evitei dar-me a alguém. Esse era o meu sistema de defesa. Mas contigo baixei todas as minhas armas e deixei-te entrar. E soube-me tão bem. Doce veneno! Acreditei e confiei. Querida tortura! E amei. Amei como nunca amei alguém e tocaste a minha alma como ninguém. Seria uma honra seres amado por mim, mas para ti foi como um suplício, uma punição. Não és homem de amar e ser amado. Sufoquei-te, não estás habituado. É algo que desejas no teu íntimo mas que não consegues alcançar. Tu próprio me disseste um dia que és incapaz de amar. Mas isso não é verdade, tu não gostas é de amar. O amor aprisiona-nos, torna-nos fracos e frágeis. Rouba-nos a alegria e vontade de viver. Mas este é o amor no seu ponto mais elevado de sofrimento. Porque no início e durante algum tempo provoca-nos exactamente o inverso. E nós experimentámo-lo, sei que sim. Talvez o nosso erro não seja amar ou não amar, mas não saber amar. Algo que se aprende na escola da vida, ao longos dos anos, vivendo amores e desamores. Mas hoje, tendo eu o coração tão ferido e desfeito, não quero mais experimentar esse amor. Quero bani-lo da minha vida para sempre. Quero saborear o amor da minha filha. Quero desfrutar do amor dos meus amigos e família. Quero apenas amar sem sofrer. E essa é uma promessa que faço a mim mesma.
Adeus meu amor. Foi bom amar-te enquanto me amaste...

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