segunda-feira, 12 de setembro de 2011

The End... (12/6/2011)

Email de 12 de Junho de 2011




Estou farta de estar sempre em último lugar na tua vida. Estou farta de que tudo e todos estejam acima de mim, de "nós". Estou farta de saber que já não sou importante para ti. Estou farta de saber que não queres mais estar comigo. E se não queres estar comigo eu também não quero mais estar contigo. Estou farta de ser infeliz. Às vezes finjo que estou bem, que sou feliz e que nao me importo. Mas não é verdade. Estou farta de viver uma mentira. Hà muito tempo que não existe "nós". A nossa relação já não existe. Existimos apenas eu e tu a fingir que somos um casal. Mas esse casal não existe mais. Afastámo-nos demasiado e agora é impossível a reaproximação. Podes me culpar, como costumas fazê-lo, mas não abuses, também tiveste a tua quota-parte de culpa. Estou a reviver o meu casamento, em que tudo e todos eram mais importantes do que eu. Não vou aceitar mais isso. Não vou viver toda aquela mágoa e tristeza outra vez. Tu queres a tua vida de "solteiro" e descomprometido de volta e eu até compreendo, mas então deixa-me libertar-te, porque fazendo-o também libertar-me-ei. Seremos mais felizes assim. Eu não quero mais estar na tua prateleira, a ganhar pó, enquanto vais colocando mais e mais coisas à minha frente, esquecendo-te aos poucos de que eu estou lá. Não quero que num dia em que te lembres de limpar o pó, me encontres lá à tua espera. Eu não quero mais esperar por ti nem nada de ti, porque só me desiludes. Ou talvez, para ser mais justa, não me quero iludir mais para não me desiludir de seguida. Não vale mesmo a pena tentarmos de novo porque como vês estamos condenados ao fracasso. E aliás, no fundo, só eu é que tenho tentado. Sózinha tenho caminhado, quando deveríamos caminhar juntos, lado a lado. Se não estás comigo quando eu preciso então não preciso de ti. Muitas vezes quando tenho os meus acessos de raiva e mau-humor é quando sinto que os meus esforços são em vão e que tu nunca mais me irás amar. E quando finjo que estou bem e chego-me a ti com beijos, abraços e carinho, sou eu secretamente implorando-te que me ames. Mas ninguém manda nos seus sentimentos ou nos sentimentos dos outros e portanto é impossível que me ames de novo. E por isso desisto porque também eu tenho o direito a ser feliz, e contigo não o serei mais. Tu sabes que é verdade, bem no teu íntimo, sabes que a nossa relação acabou e que portanto não vale mais a pena tentar. Quando te apaixonaste pela outra, eu deveria ter sido mais forte e posto um ponto final definitivo. Mas tentei e tentei e mais uma vez tentei, sem resultados. Tu desististe de mim, foi por isso que te apaixonaste por ela. Foi o primeiro grande indício de que tínhamos chegado ao fim do nosso caminho. Mas ainda assim, e por te amar tanto, tentei esquecer a humilhação e o sofrimento que me causaste e fiquei contigo. Mas não consegui esquecer. Muito menos perdoar, quando tu nem sequer me pediste desculpa. Não fizeste um único esforço para me reconquistares e ainda me disseste que quase te perdi. Julgas-te assim tão superior a mim? Por isso, não sei porque devo continuar a tentar se sinto que sou eu apenas a esforçar-me por esta relação que acabou. Andamo-nos a arrastar mutuamente, a magoarmo-nos reciprocamente e para quê? Já me provaste várias vezes que não sou tão importante para ti como és para mim. E isso não é justo. Já te disse muitas vezes para não estares comigo só porque te amo. Não é justo para mim. Deverias ficar comigo sim, por me amares. Mas essa não é a realidade. Eu pensei que seria capaz, mas afinal não sou assim tão forte. O meu amor por ti não resiste mais à tua indiferença e ausência. Estou só. E assim prefiro estar. Mas sózinha de verdade, sem ti. Porque sem ti já eu estou à muito tempo. Infelizmente, tudo em que acreditei, tudo o que me dizias, foi mentira ou deixou de ser verdade. Hoje sei que estou mais só do que nunca entregue a este amor que me tortura e me magoa a cada dia que passa. Deveríamos ser felizes quando amamos mas afinal é apenas mais uma teoria da vida. Um dia, talvez me tenhas amado, mas hoje sei que sou apenas uma sombra do que amaste, sou algo confortável, certo e garantido que tens na tua vida. Algo que de vez em quando tem a sua utilidade. Mas ainda ousas dizer-me a mim que não és um objecto?! Claro que não meu amor, o objecto sou eu. Acredita que hoje falo com o coração bem perto da boca. Hoje sou eu a dar o meu último grito de dor. A tristeza inunda toda a minha alma porque eu estou de facto a terminar esta relação contigo. Não quero mais viver assim. E tu também não quererás. Ficar contigo significará mais ressentimento, sarcasmo e amargura na minha vida. E vingança. Mas eu não quero isso. Não devo. Não posso. E não é por este fim de semana fantástico que passámos juntos (sim, estou a ser sarcástica), é apenas porque este "fim de semana" repetir-se-á mais vezes na nossa vida. É apenas porque mais vezes me farás sentir só, triste, abandonada, desprezada. Alguém sem valor algum ou importância. Alguém que está aqui apenas. Também quero sair e me divertir. Conhecer novos lugares, novas gentes. E contigo sei que, pura e simplesmente, não voltará a acontecer. Afinal quem é agora egoísta? Também quero viver, sabes?

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