sábado, 31 de dezembro de 2011

Despojos...

Queria deixar para trás, neste ano que termina, toda a minha tristeza, mágoa e angústia, que me têm torturado ao longo de todos estes meses... Começou em 2010, mas já era "visível" muito antes. 2010 foi apenas o marco, o início do fim. Deveria ter deixado as coisas seguirem o seu curso e deixá-las acabar. Mas lutei contra o destino, e julgo que quem já o terá feito, sabe que é uma "guerra" perdida. Há coisas pelas quais não vale a pena lutar... Está escrito. Impossível contrariar o destino. É uma luta desigual. Não só perdemos a guerra, como nos perdemos de nós mesmos. Portanto, em 2012 desejo "esquecer" o que me magoou e começar uma nova batalha. A busca de mim mesma e a realização dos meus projectos, para um futuro melhor. Um futuro mais feliz e gratificante. Sei que atingindo o meu objectivo serei mais feliz e, consequentemente, farei mais feliz quem me ama, quem é importante de verdade, a minha filha.
Ao longo de este ano, culpei-me de muitas situações que surgiram na minha vida. Coisas que me magoaram e ofenderam. Eu conheço bem a minha culpa e assumo-a. Talvez aprenda algo mais com esta experiência, talvez fosse algo mesmo necessário... Mas como dizia eu, cheguei a assumir culpas que não eram minhas. E quero largá-las neste ano que foi tão doloroso para mim, para que o próximo se transforme numa real lufada de ar fresco. Sem ressentimentos, se tal for possível. Fui acusada de várias situações das quais eu não tinha controle algum, visto que eram determinadas por terceiros. Mas sempre fui eu que estive no fio da navalha. Acho normal ter-me revoltado, lutado. Sobrevivi à autoridade de um pai ditador e de um marido déspota, não ia aceitar mais um opressor. Este terá sido o primeiro motivo para o teu posterior distanciamento. O não conseguires me dominar. Compromisso; sim terei dificuldades nisso. Muitas dificuldades. Julgo que quando duas pessoas se comprometem esperam sempre que a outra se anule, deixe de "existir", e que se tornem num só. Para mim é impossível, um par são sempre dois. Não se fundem, se assim fosse, deixariam os dois de existir. Que aberração saíria dali? "Eu e tu" só nos tornaríamos um só através de um filho. É assim que as pessoas, quer se amem ou não, se fundem, se unem de verdade. Isso sim, é um compromisso para toda a vida, se bem que muita gente, se esquiva e entrega toda a sua responsabilidade ao outro. Também conheço bem essa parte. Não era só eu que tinha problemas com o compromisso. Quando alguém se compromete com outro alguém que já é comprometido, tem de respeitar e aceitar que antes de si, já existia algo muito importante. Eu trazia uma pesada bagagem, e apesar de toda a tua boa vontade, não aguentaste com ela. Da mesma forma que eu dei o impulso para o grande salto, e caí a meio. Não nos conhecíamos bem e criámos muitas expectativas que rapidamente se desmoronaram como um frágil castelo de cartas. Fracassámos, falhámos... Mas foi tudo por um bom motivo, amor, paixão.
Não quero mais pensar no que passou, no que aconteceu. Quero "apagar" tudo e começar de novo. E de novo "sózinha". Não é a primeira vez, talvez por isso não me assusta tanto. Sei que sou capaz. Acredito que vou conseguir. Caminharei sem ti, mais uma vez... Foste muito importante, mas o mais importante estará ainda para vir.




Aprendi que a vida é cruel e ingrata.
Aprendi que nao devo amar quem nao me ama.
Aprendi que os homens sao todos iguais.
Aprendi que as mulheres também.
(Re)Aprendi que o amor entre homem e mulher magoa.
(Re)Aprendi que nao hà ninguém em quem possa confiar.
Aprendi que um dia a vida se encarregarà de me vingar.
Aprendi que nao devo deixar de ser quem sou para tentar agradar alguém.
Aprendi que por muito que ame alguém, esse alguém nao me amarà.
Aprendi que nao devo mudar a minha vida por homem nenhum.
Aprendi que homem algum merece o meu amor.
(Re)Aprendi que amar é sofrer.
Aprendi que tenho ainda muito para aprender... e tu também.







Chorei...

5/12/2011
Chorei porque te amei. Chorei de saudades tuas. Chorei por não te ter perto de mim. Chorei por te ter e não estares. Chorei porque me fizeste feliz. Chorei porque deixaste de me amar. Chorei e choro, enquanto a minha alma sangra por um amor que a trespassou e lhe consumiu as entranhas. Um amor que a feriu cruelmente, deixando-a ali, desamparada, desfigurada pela sua própria dor. Amei-te demais... Não devia ser permitido amar assim.

Vazio...

27/11/2011
Sinto um imenso vazio dentro de mim. Penso que serei sempre uma eterna insatisfeita, em busca do inalcançável. Este vazio só eu o posso preencher e talvez o meu problema seja procurar alguém que o preencha, quando tal não é possível. É uma tremenda irresponsabilidade esperar que outro alguém o faça por mim. É por isso que acabo sempre por me magoar, pois espero, quase "exigo", que outra pessoa me preencha, me complete. E passo a vida a "fugir", quando não há fuga possível de mim mesma. Hoje estou só e sinto-me só, porque pensei em mim, na minha vida. Muitas vezes, prefiro isolar-me, não estar com ninguém, porque é insuportável fingir todo o tempo que estou bem, e normalmente, é quando estou rodeada de gente que mais só me sinto. Sinto que não pertenço a lugar algum, a alguém... Foram poucos os momentos que senti o oposto, e desde então, já passou muito tempo. Esta sensação vive dentro de mim, oprimida, recalcada, pois não me posso permitir sentir assim. É fraqueza total, vulnerabilidade imensa. Não devo sucumbir a estas emoções. Devo ser forte e ignorá-las, para continuar a sobreviver numa vida tão sem sentido. Hoje sinto que se não houvesse amanhã, eu seria apenas mais uma pessoa que, olhando para trás, vêem que nada fizeram de especial nas suas vidas. Que nunca foram importantes ou diferentes. Que a vida delas valeu nada. É assim que eu hoje me sinto. Penso que passo a vida a iludir-me que sou alguém diferente e especial, mas não sou. Não sou melhor que ninguém em nada. Não sou mais bonita, mais inteligente, mais generosa, mais divertida... Sou nada. Nada de mais. Não marquei diferença na vida de alguém, apenas julguei que sim. Mais uma vez me iludi. Não foram os outros que me magoaram, fui eu. Nunca fiz nada certo, mas também, nada errado. Sou apenas mais uma peça deste imenso puzzle que é a vida. Passei toda a minha vida a tentar convencer-me de que era importante, mas é tudo mentira. Foi uma forma que encontrei de sobreviver. É o que faço todos os dias, só para não desistir deste jogo. Mas às vezes, é tão difícil continuar a fingir. Há dias, como hoje, que me dou conta de o quão insignificante eu sou. E custa tanto aperceber-me disso. Talvez, por isso mesmo, viva a minha vida de ilusão, representando este e aquele papel, acreditando que talvez um dia, possa vir a ser protagonista na minha própria vida. Assim, disfarço o meu descontentamento, tristeza e infelicidade, sob um ténue véu de alegria, jovialidade e falsa crença no amanhã. E o amor... Onde fica ele?! O amor que um dia me apresentou à felicidade, largou-me depois, numa profunda tristeza, apenas porque voltei a acreditar nele. Mas não o posso responsabilizar, pois fui eu que procurei nele uma forma de preencher este vazio que habita em mim...

Restos de amor...

23/11/2011
Sinto que o nosso amor não acabou. O que eu amava em ti ainda existe e o que tu amavas em mim não deixou de existir. Eu não queria que "desaparecesses" da minha vida. Foste tão importante para mim... Apesar de todos os teus defeitos, eu continuei a amar-te. E ainda amo. Eu não queria realmente "desaparecer" da tua vida. Gostava de ver isto como um "intervalo", uma pausa, entre nós. Uma oportunidade de nos reencontrarmos a nós mesmos e depois, talvez, um ao outro. Custa-me aceitar que acabou de vez. Será por isso que continuo a sofrer... Por não conseguir aceitar que a nossa viagem juntos terminou. Eu pensei que não te deixava por motivos meus, egoístas, confesso. Mas afinal, nunca te deixei porque te amava. Não imaginas o que sofri, o que chorei, o quanto me feri, por tanto te amar. Se pudéssemos voltar atrás no tempo e corrigir os erros do passado... Se pudéssemos apagar os momentos menos bons da nossa vida... Mas isso não é possível, é tarde demais. Foi bom ser "tua". Foi bom ter-te, quando ainda eras "meu". Tudo isso se esvaneceu... Resta-me apenas, a dor e a saudade :(
"Um amor que acaba assim, nunca acaba. Pode ser interrompido, para sempre. Mas não termina nunca."

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Para mim...

Pára de pensar no passado... Já passou. Não penses mais no que aconteceu. Avança na vida e deixa o resto para trás. Se é resto é porque ninguém quis, é porque era demais e sobrou. Um novo ano vai começar... Deixa os "ses" da vida onde eles pertencem... Neste ano que está quase a acabar. Esquece a tristeza que sentes e a pequena felicidade que viveste. Começa de novo. Não tenhas medo. Faz parte da vida. Voltarás a errar, voltarão a te magoar e tu magoarás também. É um ciclo, um círculo... É sinal que estás viva. Nada é eterno. Tudo muda. Não serás feliz sempre mas também não serás infeliz para sempre. Não é culpa de ninguém. A vida é assim mesmo... Caminhos que se cruzam e se afastam. Pessoas que amamos e perdemos. Tudo tem um porquê. E nós nem precisamos de sabê-lo. Porque se andarmos sempre em busca das respostas nunca saberemos viver. Cada vez que se perde, ganha-se algo também. E tu ganhaste a oportunidade de aprender a viver mais uma vez. Aproveita-a. Tenta não cometer os mesmos erros, e se sim, que tenhas aprendido a corrigi-los. Que saibas buscar a tua felicidade até em pequenos momentos da vida, aqueles que muitas vezes nos parecem insignificantes. Já o fizeste no passado, mas esqueceste-te de como se faz. Por isso está na hora de reaprender. Encontrarás pedaços de felicidade em tudo o que fizeres, com quem te cruzares, se voltares a ser quem tu eras. Perdeste-te, mas agora a vida dá-te uma nova oportunidade de te reencontrares. Sózinha. Porque depositaste na última pessoa que amaste, essa responsabilidade. Ninguém podia preencher o vazio que sentias. Só tu mesma o podes fazer. Foi por isso que não deu certo. Quando te apercebeste que esse vazio ainda existia começaste a culpar esse alguém, e ele nem sabia de quê. Mas agora estás por tua conta e risco, mais uma vez. Aproveita esta nova oportunidade e vive. Senão um dia a vida se cansará de ti. A fonte da tua infelicidade habita dentro do teu ser. Cabe a ti mesma encontrá-la e destrui-la para que possas ser feliz um dia. Esta será a tua missão no novo ano que se aproxima. Ama quem te ama. Dá de ti, mesmo que não recebas algo em troca. Sorri, que alguém te retribuirá o sorriso. Dá o primeiro passo e caminha sózinha, que breve alguém te acompanhará. Vive ou sobrevive mas continua a caminhar. Não páres no presente e muito menos no passado. A vida é uma viagem fantástica. Desfruta dela, dos bons momentos que ela te oferece e aprende com os maus... E esquece todos os teus medos, pois eles só te atrasam e impedem-te de viver. A vida abriu-te uma nova porta e chama por ti. Não penses mais nos "ses" porque enquanto pensares neles, não vives. Aprisionas-te ao passado, ao presente, e o futuro passa, deixa de existir. Só tu te podes libertar agora, e se sentes que não tens força para o fazer, lembra-te das vezes que caiste e voltaste a levantar-te. Sempre. Tu és uma guerreira, disseram-te um dia, e é nisso que tens de acreditar. Abraça o novo ano com esperança e alegria, e ele recompensar-te-á. Acredita que tudo o que desejas se irá concretizar. Só tu mesma te podes abençoar ou condenar... Escolhe... O que será melhor para ti? E nunca, mas nunca, te esqueças, faz feliz quem te ama e encontrarás a tua própria felicidade.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

... cansada...

Sinto como se tivesse desperdiçado todo o meu amor contigo. Toda a minha sinceridade e lealdade foram desperdiçadas em ti. Tu não mereceste. "Nunca" mereceste. Hoje eu sei. Não foste digno de tudo que te dei, de tudo o que te ofereci. Amei-te demais e tu não valorizaste o que eu sentia por ti. Desvalorizaste tudo o que eu era, fazia ou dizia. Tu "nunca" me amaste. Tu não sabes amar. Pensei que sim, acreditei que sim, mas foi tudo uma ilusão. Acredito que tenhas tentado, mas quem nunca foi amado é incapaz de amar. Talvez esteja a ser injusta contigo, talvez, mas penso que não. Trataste-me como uma "deusa" no princípio mas aos poucos fui descendo, puseste-me muito lá no cimo... Eu sabia que não era o que imaginavas, mostrei-te quem eu era, mas tu não querias ver, querias moldar-me ao teu gosto e bel-prazer e eu não deixei. Foi quando "caí" e deixei de ser uma deusa para ti. Passei a ser apenas "aquilo que apareceu", uma "mete-nojo" e mais tarde, uma "mulher de merda". Palavras tuas, não minhas. Sabes o quanto isso me magoou? E dizes tu que fui eu quem nunca te deu valor? Olha bem para trás, para o que me disseste e fizeste. Olha bem para o que eu deixei para vir para junto de ti. Olha o que eu já perdi por ter ficado tanto tempo contigo. A vida não é justa e o amor muito menos. Sabes qual era aquela tua riqueza que irias conquistar no ano de 2007? Era eu Carlos, era o meu amor por ti. Eu enriqueci a tua vida de várias formas e tu sabes disso. Mas como alguém ambicioso e ganancioso esgotaste toda essa riqueza em pouquissimo tempo. Hoje podes dizer-me todas as barbaridades que te venham à cabeça para me magoares e tentar reduzir a tua culpa diante mim, mas tu sabes que eu fui algo muito importante na tua vida até à 2 anos atrás. Preenchi os espaços vazios que existiam na tua vida e dei-te muito amor. Dei-te tanto de mim e pouco recebi. Nunca foste amado assim antes, não sei se voltarás a sê-lo. Uma vida a dois nunca é fácil, nós tentámos (ou tentei mais eu do que tu) e falhámos. Mais uma vez falhámos. Contigo deixei de ter medo de amar. Ao fim de 4 anos sozinha, entreguei-me de novo ao amor. E foi tão bom! Mas agora sei que terei mais medo ainda, porque mais uma vez me magoei e não existe nada no mundo que consiga "curar" esta dor. E não percebo porque insistes em me magoar mais e mais, já não foi o suficiente para ti? Já não te "divertiste" que chegue a ver-me chorar e sofrer? Porque tens de tornar tudo uma guerra se ambos perdemos? Eu não tenho mais forças para lutar. E não queria chorar mais, mas isto é tudo o que me resta, as minhas lágrimas. E não é por me maltratares que eu vou deixar de te amar, não é. Portanto, se é isso que tentas fazer, pára. Só me magoas mais. Deixa-me estar que isto há-de passar um dia, com o tempo, com o adeus que diremos um dia. E nunca teríamos chegado a este ponto se tivesses aceite mais cedo o final da nossa relação ou se eu depois não tivesse hesitado tantas vezes. Mas eu amava-te, tanto e ainda amo e sei que um dia vou deixar de te amar mas até lá peço-te que não me magoes mais porque eu não mereço Carlos. Eu não mereço. Como tu próprio me disseste "não deu certo, vive a tua vida" e é o que eu tenho tentado fazer, por isso não percebo as tuas reacções. Tu culpas-me por tudo o que aconteceu, porque não queres assumir a tua própria culpa. Se assim ficas melhor contigo, ok. Mas não me o digas e não me rebaixes mais, só para te sentires melhor contigo mesmo, porque o resultado será o inverso. Ambos sabemos onde errámos e para mim o pior erro foi termo-nos deixado levar pela onda de paixao, agirmos como dois adolescentes apaixonados e termos começado uma vida de casal sem nos conhecermos melhor Grande erro, pelo qual estamos a pagar agora. Pior para mim que deixei tudo e todos em Portugal para vir para junto de ti, "invadir" a tua vida, sendo mais tarde acusada de teres mudado, renunciado a tanto, quando fui convidada por ti a fazer parte dela. Achaste que nada ia mudar? Que eu ia ser apenas um adereço, um apêndice? Mas foi assim que me trataste nos últimos 2 anos. Um "bibelot" na prateleira ou talvez um "souvenir"... Se tivéssemos terminado na altura certa (e a altura certa foi quando finalmente me confessaste a tua atracção pela Tânia), hoje podíamos talvez ser "amigos", mas assim como me tratas, deixas bem claro que nem isso queres de mim. Por isso deviamos ter acabado naquela altura (dia 3 de Junho de 2010). Agora parece já impossível qualquer relacionamento entre nós. Eu nunca te quis mal. Eu quis estar contigo, cuidar de ti, acarinhar-te e amar-te da mesma forma que queria ser acarinhada e amada por ti. Mas isso não aconteceu. A dada altura, a única coisa que me deste em troca foi a distância, a ausência. Não foste justo para mim, nem sequer quando pedi tréguas. Quando resolvi ficar e lutar por ti, "competir" com a Tânia, não deste valor algum a isso. Só a valorizaste a ela. Agiste como se eu estivesse a lutar contra ti... Talvez eu não tenha sabido travar essa luta, mas foi a minha primeira, como havia eu de saber o que fazer? E na verdade quem deveria ter lutado eras tu. Deverias ter lutado contra o que sentias por ela e lutado por mim. Mas tu já não me amavas e eu não percebi. Talvez nem tu o tenhas percebido. E agora continuo eu aqui a sofrer, a chorar por algo que nunca deveria ter acontecido. Nunca deveria ter lutado. As feridas são imensas e as cicatrizes profundas. Talvez tenhas merecido o meu amor à muito muito tempo, mas não agora, nem à 1 ou 2 anos atrás.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

:(

Ao ler estes meus "monólogos" de amor, apercebo-me do quanto me culpo pelo fim desta relação. Mas a verdade é que eu não sou a única responsável pelo desfecho deste amor. Não sou. Culpo-me por várias situações mas não sou culpada por muitas delas terem acontecido.


Email de 12 de Novembro de 2007
Juro que nao compreendo o que eu e a Càtia fazemos de tao errado que te incomode tanto. Que te faça sentir um intruso, um inutil ou obrigado a algo que nao devias. Pura e simplesmente nao compreendo. Nao vejo onde està esse gigantesco problema que cada vez nos afasta mais, que cada vez abre um abismo maior entre nòs. Sinto-me como se tivesse à beira de um precipicio, quase cair, e apesar de sentir medo, a vontade é mesmo de saltar. Estou tao cansada. Nao percebo. Se isto era uma 2a oportunidade de ser feliz com alguém, nao me estou a safar. Parece que a historia se repete, apesar de forma diferente. Os erros parecem os mesmos, o defeito serà meu. Talvez eu seja mesmo incapaz de viver com um homem. Nao aceito imposiçoes, exigencias, autoridade. Revolto-me, repudio-te. Parecia que encaixàvamos tao bem, mas agora, sò vejo divergencias e incompatibilidades. Jà nao encaixamos, ou entao terà sido tudo uma ilusao. Eu nao sou a mulher dos teus sonhos, nem là perto, nem por sombras. Quem tu amas nao sou eu mas a mulher que imaginaste que eu era, ou a mulher que tu desejas que eu seja. Nao eu, nao quem eu sou. E assim, até compreendo porque serà tao dificil para ti esta adaptaçao a mim e à minha filha. Apesar de teres querido esta mudança na tua vida nao consegues deixar de pensar que estàs a ser obrigado a aceitar o que nao queres, o que nao gostas. Foi uma auto-imposiçao tua, mas o arrependimento surge e a desilusao também. Se houvesse uma forma simples de resolvermos isto, sem nenhum de nòs deixar de ser quem e como é. Mas nao hà como e nenhum dos dois é feliz. Que vamos fazer? Tenho saudades de nòs. De como estàvamos apaixonados, das horas que passàvamos na conversa, sem discutir, concordando em tudo. Serà que andàvamos a mentir um ao outro ou até a nòs pròprios? Nao percebo para onde foi isso tudo. Nao percebo porque nos perdemos um do outro. Os nossos caminhos estao-se a separar Carlos. Mais uma vez sinto-me impotente, fraca, incapaz. Imagino que também sintas o mesmo. Sinceramente, se a situaçao fosse diferente, eu muito provavelmente jà teria terminado, apesar de te amar. Mas como eu fiz tudo, mudei tanta coisa para estar contigo nao posso aceitar que termine assim. Quero tentar uma e mais uma vez porque tem de valer a pena. E se nao valer acabaremos por descobrir. Tu nao és obrigado a ficar comigo e com a minha filha sò por te sentires responsàvel pelas mudanças que fiz na minha vida este ano. Nao és obrigado. E no fundo, nada nos obriga a ficar juntos. Nao temos filhos em comum, nada que realmente nos prenda um ao outro. No fundo seria tao fàcil. Porque na realidade sò gostamos um do outro e isso normalmente nao é o suficiente para manter uma relaçao. È preciso muito mais, e nòs jà nao temos esse muito mais. Ou nunca tivémos. Queria continuar a tentar mas neste momento nao me sinto com forças para lutar. Sinto que estamos ambos esgotados. Nao sei o que mais se irà passar, o que o futuro nos reserva. Mas neste momento nao o vejo muito risonho. Espero que compreendas que eu precisava de desabafar e que nao leves a mal algo que eu tenha dito aqui. Sinceramente, jà nem sei se estou a ser realista ou pessimista. Isto é apenas o que sinto.

Sonhei...

Na outra noite sonhei contigo. Aliás, ultimamente, tenho sonhado quase sempre contigo. Há já alguns meses que durmo muito mal. A minha mente não pára, não descansa, e tu não sais do meu pensamento. Por isso muitas vezes me sinto infeliz. São inesquecíveis os bons momentos que vivemos juntos, mas também não consigo esquecer os maus momentos, o quanto me fizeste sofrer. Sabes, na outra noite, eu sonhava contigo e acordava, adormecia e voltava a sonhar, não conseguia dormir. Mas quando voltei a adormecer, sonhei que estava nos teus braços, assim como dantes, e senti-me tão bem. Revivi aquela época quando ainda me fazias sentir feliz, confortável, reconfortada. Sentia-me segura e protegida... E amada. E dormi tão bem! Foi tão bom, apesar de ter sido apenas um sonho. Mas foi um sonho já tão antigo... Há muito tempo que não me fazias sentir assim. Há muito tempo que desististe de mim. Não percebo porque não me deixaste. Sinto a tua falta. Mas não é de hoje nem de ontem, já sinto a tua falta à muito tempo. Agora tenho-te em sonhos porque a realidade dói demais. Devia eu ter desistido de ti mais cedo. Mas quando se ama, tenta-se e tenta-se até se esgotarem todas as hipóteses. E ainda assim continuei a tentar, mesmo após se terem esgotado. E foi assim que me magoei mais. Já não foste tu que me magoaste, fui eu. Amei-te demais quando deveria ter-me amado mais a mim.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dor...

Queria muito deixar de te amar... Esquecer este amor que tanto me magoa. Julguei que o pior já tinha passado, mas afinal parece que o pior ainda está para vir. Hoje quando olhei para ti, toda estremeci. Não estava à espera de te ver. Todos os dias te vejo, por isso nunca esperei uma reacção assim. Foi talvez porque não te esperava ali, e aí, naquele mesmo momento bati no fundo. Ainda te amo tanto, doeu-me muito... Não imaginas a força que fiz para não chorar, para segurar as minhas lágrimas, e depois já sem ninguém ver, deixei-as sair. E correram livremente, soltas, libertas, mas mesmo assim, sem conseguirem aliviar o peso do meu coração. Preciso de fazer um aborto emocional, arrancar-te de dentro de mim. Magoa-me demais amar-te assim. E tu não mereces, talvez nem nunca tenhas merecido, mas conquistaste-me de alma e coração e agora não te consigo esquecer. Precisava de ficar longe, tão longe de ti. Conseguir ignorar este amor doentio que tanto mal me faz. Que tanto me faz sofrer. Talvez saboreies esse "poder" que tens sobre mim, mas eu não queria que soubesses o quanto ainda sofro por ti.

domingo, 25 de setembro de 2011

(...)

Não sei porquê mas julgo que, apesar de ter sido tão magoada por ti e também pelo pai da minha filha, continuo à espera que um grande amor me encontre. Pensei que desistiria, mas não. Sinto-me preparada para ser arrebatada novamente por ele. Demorará o seu tempo, é certo, pois tenho de guardar luto a este amor que morreu, apesar de eu o sentir ainda bem vivo dentro de mim. É algo que devo fazer e resolver antes de me deixar envolver pelas asas de um novo amor. Mas hoje sei que o farei, um dia.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

27 de Julho de 2011



Sinto um imenso vazio dentro de mim. A minha alma está como que entorpecida de tanto sofrimento. O meu coração doi intensamente enquanto se desfaz em mil pedaços. Porque me magoaste tanto? Porque me trataste tão mal? Eu só te queria amar e ser amada. Imaginas a dor que sinto dentro de mim? Vês a minha alma desfigurada por tanta tristeza e desespero? Ouves o meu coração desfragmentar-se ao som de cada batida? Se não me querias mais, bastava dizeres. Não fazias o que fizeste. És assim tão cobarde que preferiste me magoar até eu não aguentar mais? Então cumpriste o teu objectivo. Deixaste a minha vida desfeita, como se fosse algo sem valor. Lixo, puro lixo. E foi assim que me fizeste sentir mais uma vez. É imperdoável. Estes dois últimos anos têm sido uma tortura constante, mas eu aguentei e fiquei sempre porque te amava, amava-te tanto. E ainda amo, mas não quero mais amar-te. Queria ter o poder de arrancar de dentro de mim este estúpido sentimento e transformá-lo em algo bom que me tornasse feliz. Mas é impossível. E tu continuas a correr nas minhas veias, a invadir o meu organismo, a intoxicar a minha mente. Porque é que o amor faz sofrer tanto? Porque me magoaste assim tanto? Que mal te fiz eu? O único grande mal que fiz foi ter acreditado em ti e no teu amor por mim. Devia ter ficado sózinha, porque sózinha continuei, mesmo ao teu lado. Não se brinca assim com a vida de outro alguém, Carlos. Não se brinca com os sentimentos de alguém que nos ama. Mas eu de certa forma compreendo, deixaste de me amar, ou nunca amaste, nem sei. Mas então tinhas tomado a decisão certa e ter-me-ias poupado a este sofrimento. Porque não aceitaste a minha decisão de acabarmos a nossa relação quando descobri a tua paixão pela Tânia? Porque não aproveitaste? Não foi por mim pois não? Foi a tua consciência a lembrar-te que ela tem marido e filho. Mas mesmo assim continuaste, continuaram. Nunca cumpriste a promessa que me fizeste. Sempre fizeste questão de continuar. E mesmo vendo-me sofrer nem desculpa me pediste. Os últimos anos foram muito difíceis porque enquanto eu te amava mais, tu amavas menos. E foi aí que te apaixonaste por ela, e deveria ter sido aí que eu deveria ter deixado de te amar. Mas não deixei e continuei esta odisseia tentando acreditar que ainda podiamos recuperar algo desse amor que tivémos um dia. Mas tu não quiseste. Estavas demasiado encantado, iludido por ela. Desde que vos descobri, que esse tem sido o maior dos nossos problemas. Por acaso achaste que um problema mais iria resolver todos os outros? Lembras-te do que eu te dizia quando me referia ao meu divórcio? Que os problemas de um casal não se resolvem com uma terceira pessoa. Tu concordavas e afinal mentias. Hoje olho para ti e para o Carlos por quem me apaixonei à 5 anos e vejo poucas semelhanças. É como se me tivesses mentido todo aquele tempo, até me conquistares, até me sentires totalmente tua, para depois poderes demonstrar quem realmente és. Mas sabes, às vezes olho para mim também e não gosto do que vejo, esta não sou eu. Na minha essência, sou muito mais divertida e descontraída, mais optimista também. Contigo já não consigo sê-lo. Talvez não estivéssemos mesmo destinados a ficar juntos. Talvez tenha sido tempo demais. Enaltecemos as qualidades um do outro enquanto apaixonados e encantados. Após isso, o pior de nós veio ao de cima. Penso que somos piores pessoas ao estarmos juntos. Talvez o me teres deixado perdida e abandonada, completamente só em Faro, tenha sido uma coisa boa. Porque agora já não te quero mais e tu comprovaste isso mesmo ao agires assim. Aliás, hoje vendo com olhos de ver, quando passaste a querer, a desejar a Tânia, é porque já não me querias a mim. Será que era tão difícil assim dizeres-me-o? Foi mais fácil magoares-me durante este ano todo que passou? Qual achas que seria a atitude correcta? A tua preocupação nunca foram os meus sentimentos, mas sim, o teu medo de me vingar contra ela. Nunca te preocupaste com nós os dois, apenas com ela. Acredita que não a protegeste de nada. Preferiste alguém que não é melhor do que eu, por isso também tu não o és. Mas enganaste-me bem. Parabéns. Poucas pessoas se podem gabar disso. E sabes porquê? Porque poucas pessoas tiveram essa oportunidade. Sempre me protegi, sempre evitei dar-me a alguém. Esse era o meu sistema de defesa. Mas contigo baixei todas as minhas armas e deixei-te entrar. E soube-me tão bem. Doce veneno! Acreditei e confiei. Querida tortura! E amei. Amei como nunca amei alguém e tocaste a minha alma como ninguém. Seria uma honra seres amado por mim, mas para ti foi como um suplício, uma punição. Não és homem de amar e ser amado. Sufoquei-te, não estás habituado. É algo que desejas no teu íntimo mas que não consegues alcançar. Tu próprio me disseste um dia que és incapaz de amar. Mas isso não é verdade, tu não gostas é de amar. O amor aprisiona-nos, torna-nos fracos e frágeis. Rouba-nos a alegria e vontade de viver. Mas este é o amor no seu ponto mais elevado de sofrimento. Porque no início e durante algum tempo provoca-nos exactamente o inverso. E nós experimentámo-lo, sei que sim. Talvez o nosso erro não seja amar ou não amar, mas não saber amar. Algo que se aprende na escola da vida, ao longos dos anos, vivendo amores e desamores. Mas hoje, tendo eu o coração tão ferido e desfeito, não quero mais experimentar esse amor. Quero bani-lo da minha vida para sempre. Quero saborear o amor da minha filha. Quero desfrutar do amor dos meus amigos e família. Quero apenas amar sem sofrer. E essa é uma promessa que faço a mim mesma.
Adeus meu amor. Foi bom amar-te enquanto me amaste...

26 de Julho de 2011





Faro, 15 de Julho de 2011, os nossos caminhos se separaram. Na mesma cidade, no mesmo local, quase 5 anos antes, os nossos caminhos se cruzaram pela primeira vez. Faro, 22 de Julho de 2006, nos encontrámos por acaso ou obra do destino (?). Não sei. Mas a verdade é que nunca seguimos o mesmo caminho, apenas caminhos paralelos que aos poucos se foram distanciando. Chegando aqui, a este ponto em que finalmente se separaram (para sempre).
Dia 15 de Julho pus um fim à nossa relação. Finalmente o que mais desejavas, à mais de um ano, se realizou. Penso que nunca acabaste tu por julgares que assim me magoava menos, se fosse eu a pôr o ponto final. Ou então para não te sentires (tão) culpado pelo meu sofrimento. Puro engano teu. Magoei-me mais ainda. E culpa minha, porque deveria tê-lo feito à mais de um ano sim, quando tive conhecimento da tua paixao pela outra. Para ti já a nossa relação tinha acabado, por isso te apaixonaste por outra mulher. Eu quis pôr um fim definitivo, mas não fui capaz. Amava-te tanto. Por isso tentei e lutei, e tu talvez também, mas não valeu o esforço. Só me causou mais dor e sofrimento. Mas a culpa não foi tua, foi minha, por te ter dado tantas oportunidades de me magoares, e tu aproveitaste-as. Mas sabes, a cada dia que passou, desde então, eu te dei a oportunidade de me amares ou me magoares e tu sempre optaste pela última. Mas agora compreendo, já não me amavas, só te restava mesmo uma opção.
E após os recentes acontecimentos, sei que era isto mesmo que querias e procuravas, o fim. Ei-lo, aqui o tens, pega nele e guarda-o como se fosse o teu maior tesouro. Desfruta bem da tua "liberdade" e felicidade. Nunca deixes de ser quem és por nada nem ninguém. Nunca deixes de fazer o que mais gostas só porque gostas de alguém. Pensa sempre em ti em primeiro lugar. Sê egoísta, tens direito a isso. Não abandones toda a tua vida por outro alguém. Ao fazê-lo deixarás de ser tu mesmo. Foi isto que eu aprendi com o amor. Sentir-nos-emos sempre defraudados, frustrados, decepcionados. "O amor é um caminho complicado, porque nesse caminho ou as coisas nos levam ao céu ou nos lançam no inferno". Foi uma bonita aventura (não história) de amor...

The End... (12/6/2011)

Email de 12 de Junho de 2011




Estou farta de estar sempre em último lugar na tua vida. Estou farta de que tudo e todos estejam acima de mim, de "nós". Estou farta de saber que já não sou importante para ti. Estou farta de saber que não queres mais estar comigo. E se não queres estar comigo eu também não quero mais estar contigo. Estou farta de ser infeliz. Às vezes finjo que estou bem, que sou feliz e que nao me importo. Mas não é verdade. Estou farta de viver uma mentira. Hà muito tempo que não existe "nós". A nossa relação já não existe. Existimos apenas eu e tu a fingir que somos um casal. Mas esse casal não existe mais. Afastámo-nos demasiado e agora é impossível a reaproximação. Podes me culpar, como costumas fazê-lo, mas não abuses, também tiveste a tua quota-parte de culpa. Estou a reviver o meu casamento, em que tudo e todos eram mais importantes do que eu. Não vou aceitar mais isso. Não vou viver toda aquela mágoa e tristeza outra vez. Tu queres a tua vida de "solteiro" e descomprometido de volta e eu até compreendo, mas então deixa-me libertar-te, porque fazendo-o também libertar-me-ei. Seremos mais felizes assim. Eu não quero mais estar na tua prateleira, a ganhar pó, enquanto vais colocando mais e mais coisas à minha frente, esquecendo-te aos poucos de que eu estou lá. Não quero que num dia em que te lembres de limpar o pó, me encontres lá à tua espera. Eu não quero mais esperar por ti nem nada de ti, porque só me desiludes. Ou talvez, para ser mais justa, não me quero iludir mais para não me desiludir de seguida. Não vale mesmo a pena tentarmos de novo porque como vês estamos condenados ao fracasso. E aliás, no fundo, só eu é que tenho tentado. Sózinha tenho caminhado, quando deveríamos caminhar juntos, lado a lado. Se não estás comigo quando eu preciso então não preciso de ti. Muitas vezes quando tenho os meus acessos de raiva e mau-humor é quando sinto que os meus esforços são em vão e que tu nunca mais me irás amar. E quando finjo que estou bem e chego-me a ti com beijos, abraços e carinho, sou eu secretamente implorando-te que me ames. Mas ninguém manda nos seus sentimentos ou nos sentimentos dos outros e portanto é impossível que me ames de novo. E por isso desisto porque também eu tenho o direito a ser feliz, e contigo não o serei mais. Tu sabes que é verdade, bem no teu íntimo, sabes que a nossa relação acabou e que portanto não vale mais a pena tentar. Quando te apaixonaste pela outra, eu deveria ter sido mais forte e posto um ponto final definitivo. Mas tentei e tentei e mais uma vez tentei, sem resultados. Tu desististe de mim, foi por isso que te apaixonaste por ela. Foi o primeiro grande indício de que tínhamos chegado ao fim do nosso caminho. Mas ainda assim, e por te amar tanto, tentei esquecer a humilhação e o sofrimento que me causaste e fiquei contigo. Mas não consegui esquecer. Muito menos perdoar, quando tu nem sequer me pediste desculpa. Não fizeste um único esforço para me reconquistares e ainda me disseste que quase te perdi. Julgas-te assim tão superior a mim? Por isso, não sei porque devo continuar a tentar se sinto que sou eu apenas a esforçar-me por esta relação que acabou. Andamo-nos a arrastar mutuamente, a magoarmo-nos reciprocamente e para quê? Já me provaste várias vezes que não sou tão importante para ti como és para mim. E isso não é justo. Já te disse muitas vezes para não estares comigo só porque te amo. Não é justo para mim. Deverias ficar comigo sim, por me amares. Mas essa não é a realidade. Eu pensei que seria capaz, mas afinal não sou assim tão forte. O meu amor por ti não resiste mais à tua indiferença e ausência. Estou só. E assim prefiro estar. Mas sózinha de verdade, sem ti. Porque sem ti já eu estou à muito tempo. Infelizmente, tudo em que acreditei, tudo o que me dizias, foi mentira ou deixou de ser verdade. Hoje sei que estou mais só do que nunca entregue a este amor que me tortura e me magoa a cada dia que passa. Deveríamos ser felizes quando amamos mas afinal é apenas mais uma teoria da vida. Um dia, talvez me tenhas amado, mas hoje sei que sou apenas uma sombra do que amaste, sou algo confortável, certo e garantido que tens na tua vida. Algo que de vez em quando tem a sua utilidade. Mas ainda ousas dizer-me a mim que não és um objecto?! Claro que não meu amor, o objecto sou eu. Acredita que hoje falo com o coração bem perto da boca. Hoje sou eu a dar o meu último grito de dor. A tristeza inunda toda a minha alma porque eu estou de facto a terminar esta relação contigo. Não quero mais viver assim. E tu também não quererás. Ficar contigo significará mais ressentimento, sarcasmo e amargura na minha vida. E vingança. Mas eu não quero isso. Não devo. Não posso. E não é por este fim de semana fantástico que passámos juntos (sim, estou a ser sarcástica), é apenas porque este "fim de semana" repetir-se-á mais vezes na nossa vida. É apenas porque mais vezes me farás sentir só, triste, abandonada, desprezada. Alguém sem valor algum ou importância. Alguém que está aqui apenas. Também quero sair e me divertir. Conhecer novos lugares, novas gentes. E contigo sei que, pura e simplesmente, não voltará a acontecer. Afinal quem é agora egoísta? Também quero viver, sabes?

... (15/4/2011)

Email de 15 de Abril de 2011


Hoje tenho a certeza que nao estou preparada para te perder. Por isso me doeu tanto descobrir a tua traiçao, as tuas mentiras. Por isso me doeu tanto acabar o que tinha contigo. Quis-me separar, quis te afastar de mim mas tu nao me deixaste, e eu nao sei porquê. Talvez porque me amas. Hoje queria começar tudo de novo, inclusive comigo mesma. Esquecer o passado, viver o presente e desejar com ânimo o futuro. E sei que te queria do meu lado. Hoje acredito mais em ti do que ontem, mesmo correndo o risco de vir a sofrer mais. Mas acredito porque quero acreditar. E prometo que vou tentar confiar. E só espero que correspondas a todas as minhas expectativas. E juro que nao sao grandiosas. Apenas espero que sejas digno da minha confiança. Eu sei como é bom sentirmos que confiam em nós. Sentimos que devemos respeitar essa confiança que depositam em nós. E ficamos gratos por isso. Eu esqueci de muita coisa ao longo destes anos, nao sei o que provocou esta "amnésia" em mim. Reconheço que errei bastante e que deixei de ser eu mesma. E isso provocou o distanciamento entre nós. Eu penso que o facto de te amar tanto terá me levado a este estado porque talvez eu tenha lutado contra esse amor, inconscientemente. Eu sempre quis o teu bem, ver-te feliz mas fiz tudo ao contrário. Mas tu também nao ajudaste, ao seres tao exigente, intolerante e impaciente. Nao sei porquê mas tornei-me igual, de uma forma diferente, mas igual a ti. Hoje gostava de ter a certeza se pensas como eu. Se desejas o mesmo que eu. Porque eu queria tanto estar contigo como dantes, mas passado é passado e há coisas que nao se recuperam. Hoje estou a tentar reaprender coisas que esqueci. A tentar redescobrir o caminho para a felicidade, mas nao quero ser feliz sózinha. Quero-te ao meu lado. Mas temos de crescer, e reconhecer as diferenças que nos "separam". Temos de respeitar o espaço de cada um. Aceitar os diferentes gostos e desejos. E ceder. Algo que dificilmente faço. Por medo. Medo que te sintas superior. Medo de te ceder poder e tu o usares contra mim. Sao tudo desconfianças, provavelmente sem justificaçao alguma. Tenho de tentar ser mais justa, menos impulsiva. Mas isto sou eu a analisar-me conscientemente, a dissecar-me intimamente. Julgo que também tu o deverias fazer. Para nosso bem. Para a nossa sobrevivência. Sabes, no outro dia lembrei-me de quando nos conhecemos. Estava a ler um livro sobre quando desejamos coisas boas e elas nos acontecem. Chamam a isso o poder da mente, quando somos positivos a vida dá-nos coisas boas, coisas que desejamos. E eu lembrei-me que pouco antes de te conhecer, já eu desejava secretamente, encontrar alguém especial, que me fizesse sentir feliz, que de certa forma me completasse. E tu foste esse alguém. E eu recordei que foi isso mesmo que eu pensei depois de te ter conhecido melhor. Que eu tinha desejado algo assim e se tinha concretizado. E acreditei no destino e no poder da minha mente para atrair para mim o que eu mais desejava naquele momento. Por isso nao te queria perder. Por isso te queria reencontrar. Porque acho que temos ainda uma longa história para viver, juntos.

... (13/4/2011)

Email de 13 de Abril de 2011

Sei que te amo. Que te amo muito. Mas tu nao dás valor ao que sinto por ti e ao que tenho sofrido por ti. Talvez porque nao sintas o mesmo por mim. Compreendo. Nao se pode "obrigar" alguém a gostar de nós da mesma forma que gostamos. Mas é triste viver-se assim. Como te disse, eu nao quero mais viver na incerteza, na tristeza. Eu queria poder confiar em ti de novo e abandonar toda esta minha insegurança em relaçao a nós. Mas nao sei se consigo. Tinha de ser um esforço de ambas as partes. Eu neste momento, enquanto aqui estou prefiro evitar os meus pensamentos e imaginaçoes sobre tu e ela, mas acredita que é dificil. Mesmo assim tenho conseguido afastar isso da minha mente. Sei que tenho de ser forte e estar preparada para o melhor e para o pior. Poderia acontecer eu voltar e tu dizeres-me que querias estar com ela e que agora havia essa hipotese. Também pode nao acontecer nada disso. Eu nao posso nem quero me iludir nem com uma coisa nem com outra. Porque há coisas na vida que nao posso nem devo controlar. Estarao entregues a ti e ao destino. Acredita que tenho pensado muito em nós, mesmo antes de vir para cá, tu sabes. Tenho pensado em voltar a estar contigo, mas como te disse é um grande risco, para mim em especial. Nao quero sofrer mais, nao preciso que me magoes outra vez. Por isso te pedi para também tu pensares no que queres. Porque acho que é muito importante que o faças, é a tua vida em jogo também. Desconfio que é a minha sanidade mental e saúde emocional que estão em risco aqui. Por isso tive de fugir daí Carlos. Tu sabes que te amo, mas quem ama nem tudo perdoa. Eu neste momento procuro a paz, a serenidade que tanto preciso e espero reconquistá-las e levá-las de volta comigo quando regressar. Neste momento eu sou mais importante do que nós os dois. Porque se eu nao me reencontrar aqui nao voltarei a ficar bem. Sinto-me doente, nao fisicamente mas mentalmente, e tu sabes. E contribuiste para que eu piorasse. Mas agora vou tentar cultivar pensamentos positivos dentro de mim. Atitudes optimistas, porque já fui assim um dia e sentia-me muito mais feliz. Vou tentar pegar em todo o meu amor e partilhá-lo com quem mereça. Talvez se mudar de atitude perante a vida, a vida mude de atitude para comigo. Eu sei que mereço melhor. E mereço ser feliz. Já sofri muito. Nao preciso que tamanha tristeza invada toda a minha vida. Se a soluçao for deixar-te, assim será. Espero voltar com todas as respostas que procuro, e uma delas, talvez a mais importante, é "devo voltar para ti?". É a busca da minha felicidade. Da tua também, por isso pedi para pensares. Nao podes pôr toda a responsabilidade da nossa relaçao nas minhas costas, nao é justo. Porque eu preciso de saber se queres mesmo estar comigo ou se será apenas por hábito e comodismo ou até mesmo o teu sentido de responsabilidade. Eu nao quero que fiques comigo só porque eu te amo. Eu quero que fiques comigo se achas que me amas. Se assim nao for antes prefiro que me o digas e acabemos esta relaçao. Porque se nao me amares, eu voltarei a sofrer e tu sofrerás também. E surgirá a mesma "gota d'agua" ou outras, percebes? Isto sou eu apenas a tentar ver a realidade. Nao sei se me entendes. Eu nao te estou a empurrar em direcçao alguma, apenas quero que sejas também realista. Quero que olhes para dentro de ti mesmo e descubras o que é realmente importante. E que depois me o digas. E se tiveres de me magoar de novo que seja apenas uma vez mais, que seja a última vez se assim tiver de ser. Mas positivamente falando, eu gostava de retomar a nossa relaçao. Gostava que me "garantisses" que nao voltarás a "cair" e que tudo farás para que tal história nao se volte a repetir. Gostava que tivesses o à-vontade de me contar quando algo do género te incomodasse ou que simplesmente olhasses realmente para mim e te perguntasses se valeria a pena o risco. Porque repara, eu sei que este nao foi o problema que despoletou toda esta situaçao entre nós, mas foi o problema que me deitou completamente abaixo. Que ainda me mantêm lá em baixo. Eu queria tanto sentir-me segura de mim mesma, e de ti. Sabes o que gostava realmente de fazer Carlos? Eu gostava de poder voltar para ti e mostrar a ela que tu estás comigo e que faça o que ela fizer tu estarás comigo. Mostrar-lhe que ela nao é melhor do que eu. Mas isso eu só conseguiria contigo do meu lado. E eu nao sei se tenho essa segurança, essa confiança da tua parte. Nao sei serei atraiçoada de novo. Seria um golpe ao qual eu nao resistiria. Eu queria mostrar-lhe que ela nao nos consegue afastar, separar. Só que nao sei se isso é verdade. Porque de certa forma, e vou-te ser muito sincera, isto já nao tem a haver contigo. Nem da parte dela nem minha, acredita. Isto já se tornou pessoal. Ela julga-se melhor, com direito a ter as tuas atençoes e "mimos", foste tu que a autorizaste a desrespeitar-me ao me teres desrespeitado. E ela agora continua a fazê-lo, eu sei que sim. Nao sei se com o teu consentimento ou nao, mas fá-lo. E eu nao admito mais isso. Se te tivesse do meu lado seria diferente mas assim continuo insegura de mim mesma, e de ti. Nestes últimos dias tenho descontraído e pensado pouco nisso. Tenho pensado mais em ti, em mim, no que nos aconteceu, no que nos trouxe até aqui. Sei que és o único homem que amei (amo) de verdade. Por isso penso mais uma vez em "perdoar-te", por isso "aceito" o teu mau feitio, "engulo" o que me incomoda em ti. Só porque te amo. Mas por isso mesmo também te peço que se nao sentes o mesmo por mim, que me deixes. Será mais fácil para mim. Agora, se me amasses, serias capaz de me o demonstrar? Porque eu nao sei, nao faço a mínima ideia do que sentes por mim.

amore :,( (30/3/2011)

Email de 30 de Março de 2011




Amo-te. Nao serà hoje, mas talvez um dia voltaremos a estar juntos. Se estivermos destinados um ao outro. Se tu insistires e eu nao desistir estaremos juntos de novo. Eu amo-te e sei que nao vou deixar de te amar tao cedo, mas nao sei se me amas. Se me amares saberàs esperar pelo dia em que eu consiga abrir-te de novo a porta do meu coraçao para que possas là entrar e permanecer até ao fim dos nossos dias. Se quiseres. Também te odeio, por isso nao serà hoje. Magoaste-me muito e tiveste consciência disso. Quiseste me magoar. E eu até compreendo de certa forma o porquê. E por isso desejo uma outra oportunidade para nòs, para tentarmos ser felizes outra vez. Foram tao bons os nossos momentos de amor, alegria, cumplicidade. Tao perfeitos. E tao fràgeis. Acabaram. Como tudo o que é bom acaba. Mas eu recuso-me a aceitar que acabaram para sempre. Talvez seja por isso que sofro tanto. Talvez devesse aceitar, resignar-me a essa realidade. Seria tao mais fàcil. Mas nao consigo. E desejo do fundo do meu coraçao que conseguissemos recuperar o "nòs" que existiu um dia. Mesmo que devagar, lentamente, à cautela. Queria tanto poder amar-te sem desconfiança, sem medo, sem sofrimento. Queria tanto poder dar-me a ti novamente e que tu fizesses por merecê-lo. Queria tanto merecer que te desses a mim de novo. Meu como jà foste, tua como jà fui. Mas talvez seja apenas um sonho meu, uma fantasia, uma ilusao. Talvez o nosso tempo jà tenha passado e eu esteja aprisionada nele. Eu gostava tanto de começar do zero. Voltar a conhecer-te, a descobrir-te, a saborear-te. Nao quero começar do zero com mais ninguém. Antes prefiro viver sem amor. Gostava que sentisses o mesmo que sinto por ti, que desejasses ter-me de volta como eu te desejo. Amo-te tanto. Tenho saudades dos teus beijos, dos teus abraços. Do teu olhar apaixonado, da tua voz meiga. Tenho saudades de nòs. Mas fica a sensaçao de que "nòs" foi apenas uma ilusao. Minha? Tua? Nao sei. Tenho saudades de te chamar amore. Tenho saudades de dizer-te que és delicioso. Saudades de dizer que tens uns olhos bonitos e uma boquinha sexy. Tenho saudades do "meu baixinho todo grosso". Saudades de quando te dizia "ficas-me bem". Lembras-te? Mas para recuperarmos tudo isso era preciso que também tu quisesses, que me amasses. Era preciso espaço e tempo para o fazermos. Era preciso separarmo-nos de verdade para descobrir se valeria a pena dar/ter essa oportunidade. Era preciso afastarmo-nos realmente para saber se ainda temos algum valor um para o outro. E acima de tudo era necessàrio amarmo-nos reciprocamente. Senao nem valeria a pena tentar. Mas de momento, este amor/òdio consome-me por dentro, corroi-me o coraçao e a alma. Neste momento sou incapaz de o fazer. Estou demasiado ferida, sò te ia ferir também. Como tenho feito. Tudo o que aqui te digo é verdade, é sincero. Mesmo que muitas vezes eu aja e reaja de forma contrària, isto é o que realmente sinto. Amo-te, amo-te muito e por isso dòi tanto. E por isso também te odeio.

Nem sei... (6/2/2011)

Email de 6 de Fevereiro de 2011




Nao sei como te dizer isto, nao consigo organizar bem as minhas ideias. So sei que quero ser feliz. E penso que nao o serei enquanto ainda estivermos "juntos". Sabes, eu acho que a decisao certa que eu tomei, foi quando te disse para acabarmos e saires de casa. Eu, tu, nunca seremos felizes a viver na mesma casa. Hà demasiado passado entre nòs, demasiadas coisas que ficaram por se dizer e fazer, demasiadas coisas que fizemos e dissemos que nos magoaram. As coisas podem parecer que estao a correr bem agora, mas é tudo ilusao. Mais uma ilusao. Eu recuei, hesitei e resolvi que o melhor era trocarmos os quartos e tentar viver assim, mas vai ser, é tao dificil. E fi-lo porque te amo, mas tu nao me amas. E por isso nunca serei, seremos felizes. E exactamente porque te amo é que nao posso viver contigo. Serà uma tortura constante, serà um desgaste total, e quando surgir algo que nao agrade a um ou a outro nos voltaremos a atacar. E eu quero, apesar de me teres magoado tanto, tentar manter uma amizade. Algo bom que fique entre nòs dois e nao um òdio imenso que nos possa fazer esquecer completamente os bons momentos que vivemos juntos. E nòs tivémos muitos bons momentos juntos, nao quero esquece-los. Sabes porque recuei? Porque te amo e bem no meu intimo desejo que olhes para mim e me vejas realmente, e me queiras reconquistar. Mas isso nao irà acontecer. Nao é isso que tu queres. Queres voltar a estar sozinho e eu tenho de respeitar essa tua vontade. Nao posso manter a esperança de que um dia me vais querer de volta para ti. Amaste-me uma vez, nao voltaràs a amar. Quero ser tua amiga, quero que queiras ser meu amigo, sò isso. Sabes que a longo prazo esta situaçao se tornarà insuportavel. Nòs ja nao somos um casal, hà mt tempo. Nao podemos continuar a fingir que somos. Sabes, eu consegui viver um ano com o pai da Càtia, apòs a separaçao porque jà nao o amava. Nao foram fàceis os primeiros meses, confesso, ainda me magoava vê-lo sair todo arranjadinho e bem-cheiroso, e senti-lo a chegar jà de madrugada. O imaginar do que ele andaria a fazer durante a noite, com quem estaria nessas noites, tudo isso me magoava, porque um dia aquele tinha sido o "meu" homem, alguém que eu tinha amado. Nao quero voltar a passar por tudo isso outra vez, nao mereço. Aos poucos comecei a viver também a minha vida, a refugiar-me nos meus amigos, na minha filha e voltei a ser feliz. Deixei de o amar porque também o amor que lhe tinha nao era forte nem poderoso. A ele nunca me entreguei realmente e ainda bem que nao o fiz. Mas a ti Carlos, a ti mostrei-te todos os meus fantasmas, contei-te todos os meus "traumas", dei-te o meu carinho e amor porque acreditei que eras O Tal. Podes nao acreditar e vàrias vezes me acusaste, mas do que tu me acusavas era apenas o reflexo de ti mesmo que vias em mim. Tal como me disseste um dia, tu nao sabes o que é o amor, tu nao sabes amar, e eu compreendo, porque foste mal-amado toda a tua vida. Mas eu amei-te, amei-te de verdade e muito. E ainda amo, e é por isso mesmo que nao posso continuar contigo. Que façamos desta situaçao, um tempo provisorio até encontrares casa para ti, concordas? O amor é um bom sentimento quando nos faz feliz, mas tao poderoso que nos pode destruir. E é essa destruiçao que sinto dentro de mim. Que sejamos felizes separados jà que nao o conseguimos ser juntos. Infelizmente jà nao acredito naquela minha frase, juntos seguimos caminhos separados, quem sabe se separados sigamos o mesmo caminho? Por favor compreende-me, faz isso por mim, por tudo o que de bom houve entre nòs. Vou sofrer de qualquer das formas, mas serà melhor assim. Nao podes continuar comigo sò porque te amo, é preferivel ficares sozinho. É preferivel eu deixar de te amar.

domingo, 11 de setembro de 2011

Amo-te! (Email de 2/6/2009)

Amar-te nunca foi o suficiente para ti. Imaginas quantos homens gostariam de ser amados como eu te amei? Imaginas a quantidade de pessoas que existem neste mundo em busca de um amor assim? Eu amei-te tanto Carlos, nem sabes o quanto... E o que sofri por tanto te amar... Não mereceste o meu amor, não nos últimos dois anos que passaram. Mas tu próprio o reconheceste perante mim. Há muito tempo que me deixaste só, há muito que vivo sem ti.
Email:
Tenho saudades tuas. Cada vez q ouço a tua voz o meu coraçao bate mais ràpido e agradece por estares vivo. È tao bom saber q estàs bem (bem dentro dos possiveis). Que estàs vivo. E eu ponho-me a pensar pq me contenho tanto a falar ctg, pq nao te digo ao telefone "amo-te". È tao mais fàcil escrever. Mas nao te dizer?... Serà q sabes o q sinto por ti? Talvez dps de leres tds estas minhas palavras compreendas tudo o q significas para mim. Talvez se tiveres dùvidas, as percas. Eu é q tenho as minhas, mas nunca saberei. Ou entao talvez saiba mas nao me sinta digna de ser amada. Ontem por esta hora sò pensava nos momentos q nao vivi junto de ti. E arrependi-me de cada um. Apercebi-me q mts vezes nao nos apercebemos q aqueles pequenos momentos aos quais nem sequer damos importância costumam ser os mais importantes. Pequenos momentos do dia-a-dia q poderao desaparecer para sempre a qq momento das nossas vidas. E viver sem esses momentos serà viver no vazio. Um vazio de dor, de uma tristeza profunda. Seria viver no escuro, cada dia mais sombrio, mais sem cor, sem luz, sem razao de existir. Mas tu estàs bem, estàs vivo e é td o q importa para mim agr. E sò queria olhar-te nos olhos, beijar-te, acarinhar-te, dizer q te amo, mesmo q em silêncio. Porque o amor nao se diz, demonstra-se. Entrega-se ao outro desejando q cuide desse nosso amor com td o seu amor. E sò desejo q a nossa vida se recomponha aos poucos, devagarinho, um dia de cada vez. Sem mais fantasmas nem nuvens negras sobre as nossas cabeças. Eu preciso de ti bem e forte, corajoso como sò tu consegues ser. Pq a tua força dà-me força, a tua coragem dà-me coragem. E juntos poderemos conquistar o mundo (gosto desta frase, lia-a algures e gostei). Amo-te e quero q sejas feliz a meu lado. Nao te quero perder. Quero poder olhar à minha volta e saber q tu estàs por perto, ao meu lado, dentro de mim, do meu coraçao. Eu estarei por perto tb. Eu estarei aqui a amar-te sempre.








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Desfeita... (Email de 2/6/2009)

2 de Junho de 2009




Desfeita mas quase refeita. Ainda nao recuperei do pânico de ontem. Acho q vou ficar com o trauma :) Agr sò descanso qd te vir. Hoje nao fui trabalhar, nao ia ser capaz. Estou demasiado triste ainda. Foi um choque mt forte aquelas horas tds de espera e angustia. Imagino q para ti tb nao terà sido fàcil. Teres o acidente, as dores, o estado em q teràs ficado, o nao teres noticias de ninguém, sabendo assim q ninguém saberia ainda do q te tinha acontecido. Talvez até me tenhas imaginado a mim. Talvez tb tenhas ficado preocupado por saberes q as pessoas q esperavam um sinal de ti ficariam preocupadas. Pq tu tens mt consciencia das coisas e nao gostas de preocupar os outros. Ainda me parece irreal q te tenha acontecido uma coisa destas. Parece um filme retirado da minha cabeça. Detesto "imaginar" coisas q mais tarde acontecem. Sinto-me culpada, de alguma forma, responsàvel qd essas merdas se concretizam. E por isso esperei o pior. Felizmente nao morreste. Felizmente tàs bem. Sinto-me tao mal. E penso para mim q eu e o q sinto nao importa neste momento, quem importa és tu, pq tu é q tiveste o acidente, tu é q ficaste mal. Nao posso pensar em mim pq estaria a ser egoista. Mas q ontem sofri bastante, sofri. È pena q eu seja daquelas pessoas q sò se apercebem do real valor q alguém tem para nòs qd pensamos q a perdemos. Tanta coisa q fica por dizer, por fazer, por viver. Uma pessoa tenta fazer-se de forte, nao se entregar, nao ser mt sentimental ou emotiva a pensar q assim sofre menos se algo acontecer, mas afinal é qd mais sofre pq dà-se conta q realmente ficou mt coisa por se dizer, por se fazer, por se viver. E eu, a dada altura, pensei mesmo q te tinha perdido, que nao te veria mais. E isso doeu-me tanto cà dentro do peito. Nem imaginas. Comecei a fazer planos ràpidos na minha cabeça para fugir daqui, desaparecer e afastar-me de td o q me fizesse lembrar q um dia tinhas existido na minha vida. Como se isso fosse possivel. Como se eu pudesse fugir de algo q existia dentro de mim. Ainda hoje, neste momento, me dòi sò de pensar no q te poderia ter acontecido. E sei q tenho de ter mt força qd te voltar a ver (hj ou amanha) pq sei q a vontade serà de chorar. Tenho de me conter pq nao quero q ninguem me veja assim. Nao quero q me vejas assim desfeita. Pq o pior jà passou e jà nao hà propriamente um motivo para chorar. Hà sim para sorrir, pq tu vais ficar bem e vais voltar para mim. Amo-te.








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Medo... (Email de 1/6/2009)

Este dia deixou marcas muito profundas em mim. Algo mudou apartir desse dia, em mim e em ti. Sinto, e não sei porquê, que foi apartir desta altura que a nossa relação começou a enfraquecer. Mas não deveria ter sido o inverso? Após uma provação desta, não deveríamos ter ficado mais próximos? Não deveria o nosso amor ficar mais forte? Eu amei-te mais desde este dia, mas senti que tu me começaste a amar menos... E porquê, não sei.
1 de Junho 2009
Estou demasiado assustada, ja nem consigo pensar direito. E se te aconteceu alguma coisa? Eu nem quero pensar nisso, pois a pensar nisso tenho medo q se torne realidade. Meu Deus, pq ainda nao chegaste? Pq demoras tanto? Tenho tanto medo de te perder. Tenho medo de nao te voltar a ver. Eu nao quero pensar nisso. Pensar nisso pode atrair coisas màs e eu nao quero q nada de mal te aconteça. Que faria eu sem ti? Ès parte de mim. Por favor q nao te tenha acontecido nada. Por favor q tenhas parado algures para dormir e q venhas a caminho. Por favor, nao desapareças da minha vida. As horas passam e eu nao sei nada de ti. O desespero, aos poucos, vai tomando conta de mim e a vontade de chorar cresce. Tenho estado à tua espera desde q acordei. Imaginei o grande abraço q te darei e o beijo de saudade hà mt desejado.Tenho a mesa posta para ti desde o almoço, pensei em te ajudar a trazer a bagagem para casa, conversar ctg eqt tomas banho, ver-te a comer jà mais descansado e ir ctg para o quarto e deitar-me ao teu lado até adormeceres, mesmo sem sexo, sem fazermos amor. Porque o q importa é q chegues bem a casa e q fiques bem. E neste momento tenho medo q isso nao aconteça, q nao volte a acontecer nunca. O meu coraçao bate descompassado. O nao saber doi mais do q o saber. A dùvida doi mais do q a certeza. Eu preciso de saber se estàs bem. Oh meu Deus! E hj chamo por Deus pq nao sei por quem mais chamar, nao sou religiosa mas hj preciso de forças, forças q nao tenho para aguentar cada minuto deste maldito dia. Tenho tanto medo. Medo de nao voltar a ver esse teu olhar, esse teu sorriso, de nao ouvir mais a tua voz, de nao sentir mais o teu toque em mim. E a minha mente leva-me por momentos a imagens q nao quero ver, q nao quero imaginar, q quero q sejam mentira. Que merda! Tantas motas q ouço e vejo passar e nenhuma (nenhuma) é a tua. Ninguém és tu. Pq serà q demoras tanto? Sinto q vou ficar louca com tanto tempo de espera, jà mal consigo controlar o choro, as minhas maos jà tremem, o meu coraçao bate demasiado forte. E eu quero manter-me forte para ninguém ver e para tu nao me veres mal qd chegares. Pq eu quero q tu chegues. Pq eu sei q tu queres chegar. (...) Jà choro para aqui sem saber o q mais fazer e vou escrevendo estes desabafos para aliviar um pouco o coraçao e para passar o tempo, tentando-me distrair e desejando q chegues a qq momento e q isto nao passe apenas de uma estupidez minha, de uma preocupaçao injustificada. De uma parvoice sem medida. Doi-me a cabeça e sinto um vazio no peito. A tua mae ligou agr. Cada vez tenho mais a certeza q te aconteceu alguma coisa mà. Nao sei o q fazer. Jà là vao mais de 26 horas desde q saiste de Portugal. Tu nunca demoras tanto tempo a chegar. Nem de carro qt mais de mota. Tu querias tanto fazer esta viagem q eu incentivei-te a fazê-la qd surgiu a oportunidade. Agr sinto-me mal pq nao sei o q te aconteceu. Lembro-me a td o momento do q me contaste q te aconteceu na viagem para là. Agr sò penso q te poderà ter acontecido algo pior de volta para a Suiça. Eu queria tanto finalizar este texto com um "que bom acabaste de chegar!" mas parece-me ser cada vez mais impossivel ser esse o final do meu texto. Nao pàro d chorar e vou ter "vergonha" de te receber c os olhos inchados, mas antes assim do q nao te receber sequer. E td a gente chega a esta casa menos tu, menos quem eu queria q chegasse. Que te aconteceu? Nao sei q mais hei-de escrever, o q mais hei-de pensar ou sentir. Estou triste, mt triste. Eu sò te quero aqui ao pé de mim. Por favor vem, volta, nao me deixes assim. Sinto-me tao mal. Tao morta. Tao perdida. Tao infeliz. Tu fazes-me falta. Nao quero q nada de mal te aconteça. Pq se te acontecer algo mau eu vou ficar doente durante mt mt tempo. Td a minha vida. E tenho tanto medo q mt coisa q eu imagino e imaginei pela vida fora se torne realidade. Pq normalmente as coisas màs q vêm à minha mente (q eu nao controlo) sao as q se realizam. Tenho medo de ser eu a provocà-las como se fosse uma bruxa, uma feiticeira. Sinto q jà nao tenho mais nada a sentir. Agr sò espero pela tua chegada ou por uma mà noticia. Neste momento jà nao hà nada a fazer. O q se seguir determinarà td a minha vida (ou a nossa vida). Por favor, q seja a nossa vida.
Tento acalmar-me e fazer contas à vida. A esperança é a ùltima a morrer. Ele saiu daqui no Domingo passado pelas 16h e chegou là pelas 14h (15h aqui) de Segunda, portanto ontem saiu pelas 15h (aqui 16h) e, pelas mesmas contas, chegaria às 15h, està atrasado umas 3 horas, pode ter sido o tempo q parou para descansar, para dormir um pouco. Espero q sim, espero q tenha parado 3,4,5 horas para dormir e ser esse o motivo do seu "atraso". Por favor q assim seja. Pq se assim nao for, amanha nem me conseguirei levantar da cama para ir trabalhar. Jà nada me importarà. Sò a minha filhota e o regresso para Portugal, pois jà nao terei qq motivo para ficar neste paìs. Foi ele quem me trouxe, foi o amor dele q me moveu, sem ele nada disto terà valor. Nada disto tem um significado para mim.
Eu amo-te e quero q voltes para mim. Sò quero q voltes. Cada hora q passa sinto q realmente te aconteceu alguma coisa. Sei q tens bastante consciencia e q sabes q as pessoas se preocupam. Sabes q sem telemovel estàs incontactàvel, mas sei q sabes o numero da tua mae e por isso se tivesses parado para dormir jà tinhas ligado a ela a avisar e para ela me avisar a mim, nada disso aconteceu. (...) Portanto se ainda nao avisaste ninguém é pq nao podes. E pq nao podes? Essa é a parte q me faz tremer. Serà q desapareceste da minha vida assim? Sem um adeus? Ainda por cima eu ontem estava tao chateada q mal falei ctg, ficaste 24h sem dar noticias e td pq deixaste o tlm em casa a carregar. E afinal nao carregou e agr nao tenho como saber de ti. A ùltima vez q te vi foi no Domingo dia 24 de Maio de 2009, despedimo-nos em Zurique, deste-me um beijo por cada dia q ias estar longe de mim. E agr? Serà q nc mais me daràs um beijo? Por favor dà-me um sinal. O mundo q me dê um sinal, qq sinal, para q eu saiba o q te aconteceu. Bem ou mal preciso de saber, nao posso continuar com esta incerteza, com esta dor no meu peito. Oh meu amor onde estàs? Carlos por favor vem.
Comecei a escrever isto às 16h, jà sao 19h33 e tu ainda nao chegaste. Nao sei o q escrever mais. O desespero ja nao me larga, tenho quase a certeza q te perdi algures, q nao te voltarei a ver. Serà q estou a ser dramàtica? Serà q ainda nos vamos rir disto? Quem me dera. Sinto-me tao morta. Dà-me um sinal. Mostra-me o q aconteceu.
A ùltima vez q falàmos, falàmos pouco, e agr sinto um peso na consciencia, foi às 13h12 daqui. (...) Eu sò te quero de volta aos meus braços. Hoje é dia 1 de Junho de 2009. Tudo me diz que nao vais voltar.
A tua mae ligou-me às 20h30 a dizer q afinal tinha uma chamada de França q foi feita pelas 13h. Pode ser q fosses tu a avisar d alguma coisa. Ela ia pedir à tua prima Natàlia para ligar para esse nùmero. Por mt mau q fosse, sò desejo q tenhas sido apanhado pela policia em excesso de velocidade. E q voltes amanha para mim. Que voltes para mim é tudo q peço. Jà me fartei de chorar rendida à realidade de q se nao disseste nada a ninguém é pq algo de mt grave te aconteceu. (...) Sinto-me doente. Mas agr acendeu-se uma pequena chama de esperança de q nao te tenha acontecido nada assim de tao grave, pq td tem remédio, menos a morte. Agr espero pelo telefonema da tua mae para me dizer q chamada seria essa e desejo do fundo do meu coraçao q nao fosse de um hospital. Que fosses tu. Que estejas bem. Pq eu amo-te e quero ficar ctg por mt e mt tempo.
Agr sei q nao voltas, mas q nao voltas esta noite. Que viràs para casa em breve. Falei ctg e sinto-me melhor. Mas doi-me mt a cabeça e continuo a tremer. O meu coraçao continua acelerado mas um pouco mais alegre pq sei q nao te perdi. Eu amo-te tanto! Nem imaginas o quanto este dia me fez sofrer. Mas agr sei q estàs bem e é isso q importa. Pq se a noticia fosse outra, parte de mim morria jà hj. Nem eu saberia como viver e sò viveria pq tenho outra pessoa muito importante na minha vida, a Càtia.
Amo-te e espero-te.












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Desperdícios de um amor...

Entre nós, muito ficou por dizer nestes cinco anos que se passaram... Muito ficou por fazer também. Sonhos que sonhámos juntos, projectos que ambos planeámos, tudo se perdeu. Um dia olhámos um para o outro e não nos reconhecemos. Um dia olhámos para trás e vimos que nada deixámos. Nada sobrou de nós. Talvez apenas a sensação de que perdemos cinco anos das nossas vidas. Desperdícios de uma vida. Uma vida vivida na ilusão de um amor que nunca se concretizou realmente. Um amor que sem bases reais nunca poderia sobreviver. Fomos crentes e ingénuos ao julgar que conseguiamos conciliar as nossas diferenças e equilibrar as nossas semelhanças. As nossas personalidades nunca se entenderiam entre si, dois fortes carácteres nunca conseguem se "encaixar". Um deve sempre ceder maior poder ao outro, se submeter, deixar de ser, para "sobreviverem" juntos. Foi por isso que chegámos ao fim. Foi por isso que os nossos caminhos se separaram. Podes sempre culpar quem quiseres que eu também o farei, mas esta é a verdade. E eu julguei que amando valeria sempre a pena continuar. Mas estava errada. Mais uma vez falhei e tu também. Lembro-me com saudade de como me fazias sentir bonita e especial. Lembro-me de quando olhava para ti e para mim no espelho e te dizia "ficas-me tão bem". Recordo-me de quando me telefonavas e de como eu me deliciava ao ouvir a tua voz, a tua pronúncia do "nuorte" a carregar nos rr (característica que eu adorava em ti). Adorava quando os meus olhos se encontravam com os teus e o meu sorriso se abria para ti e tu me retribuias com outro belo sorriso - o sorriso dos apaixonados. E era tão bom quando me fazias rir às gargalhadas e riamos com prazer juntos. E quando eu te abraçava, sentia que te queria recolher dentro de mim para sempre e dizia-te-o, e tu rias, dizias piadas. Mas eu sabia que me entendias, que sabias o que eu queria dizer. Os teus abraços faziam-me sentir segura e protegida, a forma como colocavas o teu corpo junto ao meu fazia-me dizer-te baixinho "és tão confortável". Quando te beijava e te amava não havia mais ninguém no meu mundo senão tu. Mas tudo isso acabou e não sei como nem porquê. Os nossos contantes erros trouxeram-nos aqui, a um caminho sem retorno nem regresso. Ao fim, sem dó nem piedade. Apesar das minhas "injustiças" para contigo, nunca acreditei realmente que me atraiçoasses e esse foi um duro golpe que desferiste em mim. Eu acreditava, apesar de te"desafiar", que nunca me magoarias dessa forma. "Se sabes que te amo, o que temes?" disseste-me uma vez. Afinal era mentira, ou passou a sê-lo. Eu amei-te muito. Demais. Entreguei-te o meu amor e tu renunciaste-o. Conquistaste-me e tiveste-me só tua, prometeste-me o céu e depois lançaste-me no inferno. O inferno de um amor não retribuído. Durou pouco o teu amor por mim. Não conseguiste amar mais. Não era eu a mulher que desejavas, idealizavas para ti. Eu era apenas eu a tentar agradar-te, até que desisti, pois nunca conseguiria ser quem tu querias amar. E desesperei, revoltei-me, entristeci-me... Perdi o brilho e a luz que existiam dentro de mim. Por ti. Pelo meu amor por ti. E hoje ainda choro esse amor que nem sei se existiu ou se existiu apenas dentro de mim. Mas hoje também já consigo ver em mim um pouco desse brilho, dessa luz que perdi enquanto te amava. A dor e o sofrimento serão meus mestres e aliados e mais uma vez me darão valiosos ensinamentos sobre como devo conduzir a minha vida no futuro. Aprender com os erros... Muitas vezes, quando não aprendemos com eles, numa primeira vez, a vida se encarrega de nos fazer reviver esse momento, para finalmente compreendermos onde é que errámos e não voltarmos a cometer os mesmos "pecados". Acredito que seja essa a lição. E talvez, numa próxima vez em que volte a amar (?) saiba conduzir a minha vida de outra forma. De uma forma mais feliz e gratificante. Para trás fica este amor que me dilacerou a alma e expôs todos os meus fantasmas do passado, na esperança que talvez amanhã, eu ame e seja amada livremente. Livre de medos e receios infundados, de insegurança e desconfiança. Um amor puro e verdadeiro, límpido e transparente como uma verdadeira amizade. Mas não busco mais o amor. Um dia, ele encontrar-me-á, se me estiver destinado.

domingo, 21 de agosto de 2011

Estilhaços da minha vida...

Foi bom amar-te. Foi muito bom ser amada por ti. Fizeste-me sentir tão bem e especial. Tivémos uma relação tão bonita, alegre e despreocupada durantes os primeiros tempos. Foi mesmo muito bom conhecer-te e descobrir todas as tuas qualidades. Admirava-te tanto! Adorava-te e sentia que também tu me adoravas. Éramos muito íntimos, cúmplices e companheiros. É assim que nos posso descrever nos primeiros dois anos da nossa relação. Apesar das discussões e desentendimentos, acabávamos sempre por nos entendermos. Mas o teu carácter impulsivo (agressivo) e dominador começou a sobrepôr-se, o que fez sobressair o meu carácter igualmente impulsivo e dominante. Não me podia "rebaixar", submeter. Foi algo que prometi a mim mesma após o meu divórcio. Deixámos de ser parceiros e passámos a ser adversários. Que fizémos à nossa vida? Éramos felizes, eu sei que sim. E eu tinha tanto medo Carlos... Medo que essa felicidade acabasse. E foi esse o princípio do fim. Eu sei. Fui eu quem deu o primeiro passo para o abismo. Por ter medo de ser infeliz, de me magoar mais uma vez. E magoei. Magoaste. Nunca poderíamos ter dado certo, pois não? Ambos temos fortes carácteres, ambos queríamos o mesmo, de formas diferentes. E tu afastaste-te, eu afastei-me e afastei-te mais ainda. Começámos a lutar de lados opostos. Sabes, nos dois primeiros anos da nossa vida, eu sentia que farias tudo por mim, mas isso trazia clausulas com as quais não concordei. Nunca poderia pôr-te acima da minha filha e tu nunca compreendeste isso. Não podias querer competir com ela. Não fui eu que vos tornei "rivais", foste tu. Existem várias formas de amor e eu não podia dar-te-o todo a ti. Ela existia na minha vida muito antes de tu entrares. Eu não podia dar-te tudo ou fazer tudo por ti. Tinha um compromisso muito mais importante com a minha filha. Por isso não pude cumprir as tuas clausulas, as tuas imposições. Devias ter aceitado e respeitado isso. Devias compreender, sendo tu também pai. E eu pensei que assim seria, até me aperceber que isso nunca iria acontecer. E foi aí que a nossa guerra começou. Nenhum de nós venceu, ambos fomos derrotados. Foi uma guerra perdida, onde ambos sofremos graves ferimentos. Tenho pena que seja este o nosso fim. Várias vezes te pedi desculpa pelos erros que cometia, mas tu deixaste de te desculpares pelos teus. Achavas que eu merecia... Sabes, às vezes um pedido de desculpa pode fazer toda a diferença. Mas eu compreendo, não se consegue pedir perdão a alguém quando nós próprios não nos conseguimos perdoar. Gostava de não me sentir tão magoada e amargurada. Gostava de não sentir rancor. Espero que um dia todos estes sentimentos desapareçam. Eu queria muito que pudéssemos ficar amigos, porque foste para mim o homem mais importante da minha vida. Contigo aprendi a amar de verdade, a entregar-me de corpo e alma, mesmo sabendo que um dia me poderia (iria) magoar. Quis tanto dar-te o meu amor e receber o teu. E foi tão bom enquanto durou. Tão bom! Sinto saudades dos nossos momentos de intimidade e cumplicidade. Dos nossos beijos, olhares, sorrisos... Eram momentos lindos. Mas acabaram e eu sinto saudades deles há já dois anos. Não sinto saudades de agora, mas sim de há mais tempo, e tu sabes disso. Esses momentos acabaram há muito. E eu fui ficando na esperança de os recuperarmos, e penso que tu também. E esse terá sido outro nosso erro. Arrastámo-nos ao longo destes dois últimos anos, quando afinal já não havia recuperação possível. Esses momentos perderam-se no tempo e nós perdemo-nos com eles. Foi bom mas acabou e já nada resta de NÓS. Talvez um dia olhemos para o nosso passado e descubramos realmente onde é que errámos. Nenhum foi mais culpado que o outro. Não. Errámos igualmente. Nunca daria certo duas pessoas como nós juntas. Tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Foi um triste final. Eu estou a agarrar-me à força que ainda tenho dentro de mim e sei que irei sobreviver, mais uma vez. Mas sobreviverei com umas cicatrizes mais no meu coração. E doiem tanto. Mas eu sou forte e tudo isso passará um dia. E um dia conseguirei voltar a sorrir para ti e espero bem do fundo do meu coração que me retribuas com um sorriso teu. Porque ainda te amo e continuarei a amar por algum tempo mais. Que no fim fique a ternura e o carinho de um amor que existiu um dia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Amar e sofrer...

Separo-me de ti, não por já não te amar, mas sim, por te amar demasiado. Este amor magoa-me e tu sabes porquê... Não me amas de igual forma. Dói muito ser mal-amada. Sei que apesar de te querer fora da minha vida, quando realmente saires por aquela porta eu sentirei como se alguém me tivesse morrido. Como se algo em mim morresse. Mas é algo que tem vindo a morrer ao longo dos tempos... Não devia doer tanto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desabafos...

Por vezes sinto uma imensa vontade de escrever tudo o que me vai na alma. Há quem não me compreenda e me critique por publicar os meus pensamentos mais íntimos. Mas isso é algo que não me preocupa, nunca me importei com o que possam falar ou pensar. Verdade é que nem tudo que penso escrevo e nem tudo o que escrevo publico. Seria um "livro" demasiado deprimente, porque é só quando me sinto triste, infeliz, que sinto essa necessidade de escrever e partilhar os meus sentimentos. Mesmo que não os partilhe com alguém, mesmo que ninguém os leia, sinto-me melhor ao escrevê-los. É como que uma terapia... Hoje apetece-me escrever mas não sei bem sobre o quê. Existem tantos assuntos que gostaria de explorar, de expôr, imensos pensamentos rondam a minha mente, deixando-me confusa. Talvez me apeteça escrever apenas para fazer companhia a mim mesma. Como se estivesse a ter uma conversa com outro alguém. Há muito tempo que me sinto triste e só, parece que a minha busca pela felicidade termina sempre no resultado inverso, a infelicidade. Parece que é algo a que estou destinada, mas acredito que também eu tenho (alguma) responsabilidade pelo meu destino. Não posso pura e simplesmente culpar a vida e o destino por tudo que me acontece. Todos nós somos responsáveis pelo que atraímos para as nossas vidas. Mas ainda assim, considero que a vida tem sido madrasta para mim e o destino injusto. O que se seguirá, não sei. É uma incógnita este meu futuro.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sou eu o pássaro... sou eu a mulher!

"Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, alegrar quem o observasse.
Um dia, uma mulher viu este pássaro e se apaixonou por ele. Ficou olhando o seu vôo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rápido, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.
Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E sentiu-se sozinha.
E pensou: "Vou montar uma armadilha. A próxima vez que o pássaro surgir, ele nao mais partirá";
O pássaro, que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola.
Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objeto de sua paixão, e ela mostrava para suas amigas, que comentavam: "Mas você é uma pessoa que tem tudo". Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava conquistá-lo, foi perdendo o interesse. O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido de sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio - e a mulher já não prestava mais atenção nele, apenas na maneira como o alimentava e como cuidava de sua gaiola.
Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e vivia pensando nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens.
Se ela observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.
Sem o pássaro, sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater em sua porta. "Por que você veio?", perguntou à morte.
"Para que você possa voar de novo com ele nos céus", a morte respondeu. "Se o tivesse deixado partir e voltar sempre, você o amaria e o admiraria ainda mais; entretanto, agora você precisa de mim para pode encontrá-lo de novo".
Paulo Coelho in "Onze Minutos"

O quanto dói amar...

"Enquanto achares que tens razão..." dizes-me tu. Depois de tudo o que me fizeste e disseste. Depois das mentiras e traição, ainda pensas tu que tens razão? Como é possível que te tenhas transformado neste estranho, neste homem que não conheço? Magoaste e humilhaste-me, mas ainda assim esperas que eu te perdoe mesmo sem me pedires perdão. Onde está o homem por quem me apaixonei, o homem que eu amei um dia? Dizes que por minha causa mudaste, mas se tu mudaste por minha causa, eu por ti me anulei. Desapareci. Não consigo mais acreditar em ti. A vida contigo tem sido um campo de batalha, sem vencedores nem vencidos. Lutamos um contra o outro, quando deveríamos lutar lado a lado. Já não somos um casal, fingimos ser. Porquê? Não sei. Não temos nada que nos una, nada a que possamos chamar nosso. Já não temos nada em comum. Nem sonhos, desejos, projectos ou objectivos. Vivemos esta vida juntos mas tão separados. Então porque nos (me) custa tanto separarmo-nos de verdade? O amor que sinto por ti, por si só, não chega. Não resiste à tua indiferença, à tua ausência. Não sobrevive. Porque me culpas tanto, se tens também a tua culpa? Será que é mais fácil para ti fazê-lo, para quando cada um de nós seguir o seu caminho? Não te iludas. Tu sabes onde erraste. Eu sei onde errei (e erro). Por tanto te amar, tentei, juro que tentei, esquecer, ignorar a dor e o sofrimento que me causavas. Mas continuaste a causar e eu não resisti mais aos golpes que desferias na minha alma. O veneno que hoje me corre nas veias e me faz reagir tão mal a ti, vem do meu coração ferido, trespassado pelo teu desinteresse e desrespeito por mim. Que querias mais que eu fizesse por ti? É impossível esta vida a dois, uma vida a dois que não existe mais. É insuportável ver o quanto nos afastámos e que nada, nada fazes para nos reaproximar-mos outra vez. Dizias que eu era egoísta, mas afinal o egoísta és tu. Dizes que não és um objecto, mas quem se sente um objecto sou eu. Porque invertes sempre a situação a teu favor de forma a que pareça sempre eu a culpada? És assim tão cobarde que não saibas assumir os teus defeitos? Eu reconheço os meus, e por isso agi decentemente enquanto tu a seduzias, enquanto me manipulavas. Tudo o que aconteceu, antes e depois, foi devido ao meu feitio ter reagido ao teu (e vice-versa). Portanto a culpa é de ambos. Competimos um com o outro em vez de nos apoiarmos mutuamente. Foi uma guerra onde ambos perdemos. Nenhum de nós ganhou alguma coisa, a não ser mágoa e pesar no coração. Tenho pena, mas não vejo qualquer cura ou solução. Meu amor, o quanto dói amar...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Vai valer a pena...

Comecei hoje a ler um livro muito interessante de Joaquim Quintino Aires que se intitula "Vai valer a pena". É um livro que fala sobre relações e casamentos, separações e divórcios. À partida pode não parecer um assunto muito apelativo ou cativante mas a mim suscitou-me o interesse, a curiosidade, visto que já passei por um casamento e consequente divórcio e após 4 anos recomecei uma relação a qual parece também estar condenada à separação. Muitas vezes me pergunto se serei eu a culpada. Ao ler o 1° capítulo deste livro vejo-me um pouco reflectida, retratada e, sinto uma certa empatia pelas pessoas que resolveram partilhar as suas vidas íntimas e seus problemas conjugais com o autor. São relatos reais, verídicos, de pessoas verdadeiras em situações reais. Senti a necessidade de, também eu, relatar o meu caso pessoal. Não é novidade nenhuma que, viver a dois é muito difícil. Há quem diga "não é complicado, a gente é que complica" mas acho que não é bem assim. Tenho vários exemplos na família, e não só, em que os casamentos só "funcionam" e duram porque as mulheres se rebaixam, se submetem. É a "melhor" imagem que tenho do casamento, seguida da infidelidade do marido, em que a mulher "aceita" desrespeitando-se a si mesma mais uma vez. Talvez por isso mesmo as minhas relações não funcionem. Devido à imagem que tenho do que é um casamento, uma relação a dois. Talvez eu própria sabote as minhas relações ou talvez seja apenas mais uma "vítima" da vida a dois. A verdade é que eu nunca acreditei no casamento e portanto talvez também em qualquer relação parecida com um casamento. Sempre vi as mulheres à minha volta a chorar, a sofrer por causa dos seus maridos ou namorados. E agora sou e jà fui uma delas. Nunca quis ser igual a nenhuma e sempre me revoltei contra essas situações e no entanto parece que está no meu código genético, no nosso código genético (nós mulheres). Sei que também o facto de entrar numa relação, sem fé no futuro e a crer no seu fim, já é um passo em direcção ao fracasso. Mas sou realmente muito pessimista em relação a relacionamentos amorosos. Não sei porquê mas acho sempre, que um se anula, deixa de existir, cedendo assim poder, superioridade ao outro. Foi o que sempre assisti, as mulheres a "desaparecerem" para eles existirem. Foi sempre essa a sensação que ficou marcada em mim. E posso dizer que lutei e luto muito contra isso, contra o agir dessa mesma forma, mas às vezes olho para mim e acho que também o fiz, faço, a dados momentos da minha vida a dois. Será normal? Os homens também farão esse género de sacrifício? Também se sentirão assim de vez em quando? A minha história será igual a tantas outras e provavelmente nem terá muito interesse, mas irei contá-la na mesma. Engravidei aos 20 anos, muitos sonhos e objectivos ficaram esquecidos ou foram mesmo banidos da minha vida apartir desse momento. Era uma jovem cheia de vontade de viver e não estava preparada para assumir tamanha responsabilidade, mas como a assumi fui obrigada a crescer, e tornei-me uma jovem adulta perdida num mundo que nunca desejei. Casei precisamente no dia em que fiz os 21 anos, um mês após o nascimento da minha filha. Estava apaixonada (ou talvez pensasse que sim) e resolvi fazer a vontade aos meus pais, ao pai da minha filha e à mãe dele. Casei, não por vontade própria mas, pela vontade de outros. Nunca sonhei casar ou sequer ter filhos, não até aos meus tenros 20 anos. Queria ser livre e realizar os meus sonhos. Portanto, muito sinceramente, quando casei pensei logo no divórcio, pensei que aquele meu casamento não duraria muito tempo. Talvez tenha sido esse o meu erro, mas não acredito, porque apesar de ter sido algo que eu não queria, esforcei-me ao máximo para que desse certo. Eu pensava sempre naqueles termos "a nossa pequena grande família", nós os 3. Mas éramos ambos muito imaturos e logo ele começou a demonstrar maior imaturidade que a minha, desejando regressar à sua vida de solteiro, sendo casado e com uma filha. Tentei e lutei várias vezes, mas não antes de me rebaixar a ele de uma forma deplorável, humilhante a qual não gosto sequer de recordar. Mas foi verdade, e muito me magoei e sofri para tentar manter aquele casamento que não valia a pena e que só me destruia a auto-estima. Um relacionamento que me transformou numa sombra, num espectro, num zombie. Era uma relação auto-destrutiva que eu teimava em manter porque tinha assumido essa responsabilidade, esquecendo-me que não era só eu a responsável. Aos poucos fui-me tornando mãe e pai ao mesmo tempo, tentando compensar a minha filha por essa falta. E acredito que fui bem sucedida. Pode-se dizer que fiquei com um trauma, uma forte revolta e ódio contra os homens, contra qualquer tipo de relacionamento mais íntimo. Custou-me a assimilar tudo o que me aconteceu. Porque a tortura psicológica e emocional é muito mais traumática que a física. Felizmente tinha (tenho) a minha filha, alguém a quem me agarrar, o meu porto de abrigo, os braços onde podia repousar. Alguém que me fazia acreditar que o dia de amanhã podia ser melhor. Ao todo estive casada 5 anos, e penso que nem um ano fui feliz. Mas o que se pode esperar de um casamento por obrigação?!? Após o divórcio, senti a necessidade de fazer um género de luto pessoal, tinha de tentar enterrar o passado e sofri muito sózinha. Doia muito por dentro, parecia ter uma ferida aberta no peito que teimava em não fechar, sentia um buraco, um vazio tão imenso, tão forte e doloroso. Parecia que nunca mais me iria curar. Hoje sei que nunca nos curamos dessas feridas e que as cicatrizes duram toda a vida. Depois, um dia, acordei, mais "feliz", leve, aliviada. Livre. E sem dúvida, tive os melhores momentos da minha vida, os mais felizes e divertidos. Parecia que tinha renascido. A dor estava lá, mas eu conseguia ignorá-la, contorná-la. Por vezes até me esquecia que ela existia. E percebi que precisei de passar por aquilo para crescer e para dar mais valor à minha vida, para tornar mais real e verdadeira. E naqueles momentos de sofrimento redescobri amigos e descobri novas amizades também. E a todos eles agradeço por terem estado do meu lado, pela força que me deram, pelas gargalhadas que me provocaram, pelas palavras de apoio que me disseram. Renasci e vivi. Finalmente comecei a viver, a viver de verdade, como à muito não vivia. E assim se passaram 4 anos. Mas o ser humano não consegue estar só por muito tempo e comecei a sentir a necessidade de ter alguém de novo ao meu lado. Eu evitava esses pensamentos, ignorava os sinais, mas percebia que o meu coração desejava amar alguém de novo. Eu não queria, tinha medo de que tudo voltasse a acontecer, por isso fugia, tinha relacionamentos fugazes. Dizia para mim e para quem quisesse ouvir, que o meu compromisso é com a minha filha e esse é o único amor que dura até que a morte nos separe, o verdadeiro amor incondicional. E acreditava, acredito nisso. Mas a vontade de voltar a ter alguém era mais forte e um dia conheci esse alguém. Juro que tentei fugir, mas algo me empurrava para ele. Várias vezes tentei acabar com aquela situação mas a paixão começou a dominar-me, foi mais forte que eu. E engraçado, porque o meu interesse por ele foi devido ao seu interesse por mim. Como lhe disse um dia "eu apaixonei-me pela tua paixão por mim", essa era a verdade. Mas deixou de ser. E um dia descobri que afinal gostava mais eu dele que ele de mim. Doi quando percebemos que não somos amados da mesma forma. Magoa muito descobrir que não somos tão importantes para aquela pessoa como ela é para nós. Parece que vamos a cair em queda livre, e pior, sem pára-quedas. Mais uma vez senti-me traída e humilhada. Enganada. Só de pensar tudo o que ele fez por mim um dia, e o que eu também fiz por ele, e hoje não sei o que somos, quem somos, se somos alguma coisa. A tristeza preenche quase todos os meus dias. De novo, me sinto rebaixada, inútil, sem valor. De vez em quando consigo fingir que estou bem, que não me sinto triste e fingindo quase que acredito, mas depois tenho uma recaída e vejo que continuo descontente, continuo a ser mal-amada e que deveria lutar pela minha felicidade em vez de ver a vida a passar-me ao lado. Já o fiz uma vez, porque não repetir? Mas não percebo o porquê de voltar a passar por uma situação destas. Será que mereço? Será culpa minha? Será para eu aprender algo que ainda não consegui ver ou atingir? Ele era tão maravilhoso! Fez-me acreditar que desta vez seria diferente, que desta vez ia valer a pena. Que tínhamos o direito a ser felizes e que poderíamos sê-lo juntos. Mas cedo começámos a chocar um com o outro, os nossos feitios eram, são tão incompatíveis. Temos perspectivas diferentes das mesmas coisas, o que seria interessante discutir sem discussão. Mas somos incapazes disso. Somos adversários, não companheiros. Já não apreciamos a companhia um do outro. Ele "procura" alternativas a mim, eu não procuro nada, só quero estar só. Não sei para onde foi toda aquela paixão ou aquele amor (existiu amor?). Não sei o que realmente aconteceu, mas talvez tenhamos apenas acordado daquele sonho bom e aberto os olhos para a realidade. E a realidade é que estamos infelizes, somos infelizes juntos. A nossa relação deixou de existir, não evoluiu, não cresceu. Parece que é algo que acontece com toda a gente. E alguns sobrevivem, outros não. Nós vamos tentando, mas sinto que quem mais se esforça sou eu. Mais uma vez eu. No que estarei eu a errar? Não faço a mínima ideia. Só sei que mais uma vez me magoei e talvez nem valha a pena...